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Sem Datena, dirigente descarta Maluf e diz que PP não terá candidato em SP

Wellington Ramalhoso

Do UOL, em São Paulo

18/01/2016 18h35

A desistência do apresentador de TV José Luiz Datena fará com que o PP não tenha candidato a prefeito de São Paulo em 2016. É o que afirma o presidente do diretório estadual do partido, deputado federal Guilherme Mussi. O parlamentar descartou a possibilidade de Paulo Maluf, também deputado federal, representar o partido na eleição municipal. “Não teremos candidatura própria. Agora é preciso ver que candidato [de outro partido] apoiar”.

Um dos motivos alegados por Datena para desistir foi a possibilidade de ter de disputar prévias com Maluf, ex-prefeito da cidade. Em viagem ao exterior, Mussi chamou de “pirotecnia” o movimento do colega de bancada em torno de uma eventual pré-candidatura. “O grupo do Maluf não comanda mais o partido”. O diretório municipal do PP é comandado pelo deputado estadual Delegado Olim, amigo de Datena.

A assessoria de imprensa de  Maluf afirmou que o ex-prefeito não comenta as declarações de Datena nem de Mussi.

Mussi lamentou a desistência de Datena e disse que conta com o apresentador nas conversas sobre a definição do candidato a ser apoiado pelo PP na disputa paulistana. “O Datena tem os motivos dele. É uma pena porque era um grande quadro. Seria um candidato competitivo.”

Além de desistir da pré-candidatura, Datena afirmou que vai se desfiliar do PP. "Não posso permanecer em um partido que tomou mais de R$ 300 milhões da Petrobras", disse o apresentador na manhã desta segunda-feira (18).

Ele se referia ao fato de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ter afirmado que o esquema de corrupção sustentado pelo PP na Petrobras, que tinha como principais operadores o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, desviou R$ 357,9 milhões dos cofres da estatal, entre 2006 e 2014 --161 atos de corrupção em 34 contratos, 123 aditivos contratuais e quatro transações extrajudiciais.

A informação sobre o tamanho do esquema veio à tona no domingo, mas o PP e seus integrantes já eram investigados pela operação Lava Jato antes de Datena se filiar ao partido.