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Após cuspe, partido de Bolsonaro vai entrar com representação contra Jean Wyllys

Fabiana Maranhão

Do UOL, em Brasília

18/04/2016 17h47Atualizada em 18/04/2016 20h45

O PSC vai entrar com uma representação por quebra de decoro parlamentar contra Jean Wyllys (PSOL-RJ), informou nesta segunda-feira (18) o deputado Jair Bolsonaro (RJ). Ontem, Wyllys cuspiu em direção a Bolsonaro no plenário da Câmara durante a votação do impeachment.

O requerimento será entregue à Mesa Diretora da Casa, que vai encaminhar para análise do Conselho de Ética. Condenação por quebra de decoro pode levar à cassação do mandato.

No domingo, Wyllys disse que realmente cuspiu em direção a seu colega e declarou que faria de novo. O deputado afirmou que foi xingado por Bolsonaro durante a votação do pedido de abertura de processo de impeachment contra Dilma Rousseff."Na hora que eu fui votar, esse canalha decidiu me insultar na saída e tentar agarrar meu braço; ele ou alguém que estivesse perto dele. Quando eu vi o insulto, eu devolvi com um cuspe na cara dele, que é o que ele merece", disse ontem.

Questionado hoje pela reportagem do UOL sobre a acusação feita por Wyllys, Bolsonaro disse que estava a “dois metros e meio de distância” do deputado. Segundo ele, a única coisa que falou para o deputado foi “tchau, querida”, como também afirmou, de acordo com ele, a outros parlamentares que votaram contra o afastamento da presidente.

O UOL procurou Wyllys que, por meio de sua assessoria de imprensa, reafirmou que ele “reagiu a uma tentativa de agressão e a uma série de insultos”. “Se ele [Bolsonaro] entrar com uma representação, terá dezenas de parlamentares que vão testemunhar no Conselho de Ética o que viram”, informou a assessoria.

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, cujo atual presidente é o deputado José Carlos Araújo (PR-BA), é o órgão encarregado de instaurar e instruir os processos disciplinares referentes a denúncias de atos incompatíveis com o decoro parlamentar, recomendando ou não punições cabíveis aos deputados, que vão desde a censura oral até a perda de mandato.

Caso recomende punições severas, o parecer do conselho deverá ser votado pelo plenário em dois dias, de maneira secreta. O conselho atua mediante provocação da Mesa Diretora, nos casos de instauração de processo disciplinar.