Marina Silva rebate declaração de delator e nega caixa dois em 2010
A porta-voz do partido Rede Sustentabilidade, Marina Silva, negou neste domingo (12) que sua campanha eleitoral à Presidência da República em 2010 tenha recebido recursos ilícitos de caixa dois.
Segundo publicado neste domingo pela coluna do jornalista Lauro Jardim no jornal “O Globo”, o ex-presidente da construtora OAS Léo Pinheiro teria a intenção de relatar suposto repasse de caixa dois à campanha de Marina em acordo de delação premiada com a Operação Lava Jato. Atualmente, Pinheiro estaria negociando os termos de sua colaboração, quando o investigado relata o que pretende apresentar em seu depoimento.
Em nota publicada em sua conta em redes sociais, Marina afirma que nunca usou “um real sequer em minhas campanhas que não tivesse sido regularmente declarado”.
Em 2010 Marina concorreu à Presidência pelo PV, tendo como candidato a vice o empresário Guilherme Leal. Segundo a coluna de “O Globo”, Pinheiro pretende depor sobre um encontro entre ele e Leal quando teria sido negociado o apoio à campanha.
Marina rebate essa versão. “Guilherme Leal, que foi candidato a vice em minha chapa à Presidência em 2010, sempre foi fiel ao compromisso ético e à orientação política de que todos os recursos de financiamento da campanha teriam origem e uso inteiramente legais e não acredito que nenhum dirigente do PV possa ter usado meu nome sem ter me dado conhecimento, ainda mais para fins ilícitos”, afirmou na nota.
No comunicado, Marina afirma ainda dar “todo apoio à Lava Jato” e defende que as investigações prossigam sem embaraços.
Veja a íntegra da nota de Marina Silva:
Todo apoio à Lava Jato; a lei é para todos
Neste sábado, recebi a notícia de que estaria sendo divulgado em alguns jornais e sites uma suposta menção a meu nome em delação premiada à força-tarefa que investiga a corrupção na Petrobras. Segundo essas fontes, dinheiro de uma empreiteira teria sido destinado ao "caixa dois" da minha campanha à Presidência da República em 2010.
Como ressaltou recentemente o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, “da esquerda à direita, do anônimo às mais poderosas autoridades, ninguém, ninguém mesmo, estará acima da Lei”. Por esse motivo, quero que as autoridades deem a devida atenção a essa acusação.
De minha parte, reafirmo que a Operação Lava Jato não pode sofrer nenhuma tentativa de interferência ou constrangimento para apurar denúncias de corrupção, posso alegar que nunca usei um real sequer em minhas campanhas que não tivesse sido regularmente declarado.
Guilherme Leal, que foi candidato a vice em minha chapa à Presidência em 2010, sempre foi fiel ao compromisso ético e à orientação política de que todos os recursos de financiamento da campanha teriam origem e uso inteiramente legais e não acredito que nenhum dirigente do PV possa ter usado meu nome sem ter me dado conhecimento, ainda mais para fins ilícitos.
Posso assegurar à opinião pública brasileira que, neste momento em que a sarjeta da política já esta repleta de denunciados, o melhor caminho é confiar no trabalho do Ministério Público e da Polícia Federal. Por isso reitero meu apoio e confiança no trabalho da Justiça.
Marina Silva, porta-voz da Rede Sustentabilidade, ex-candidata à Presidência da República pelo PV, em 2010, e pelo PSB, em 2014
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