Fiz 'possível e impossível' para conter crise, diz Dilma
A presidente afastada, Dilma Rousseff, disse em depoimento no Senado nesta segunda (29), no processo de impeachment, ter feito "todo o possível e o impossível para que o país não tivesse uma crise tão profunda."
A resposta foi dada ao senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), para quem o governo da petista privilegiou pagamentos a bancos privados e questionou a imposição de "sacrifícios" aos brasileiros se a economia estava em ordem. Segundo Tasso, "quem está sob julgamento não é a mulher que enfrentou a ditadura, e sim a presidente da República Dilma Rousseff."
Dilma respondeu: "Eu não sou duas mulheres, eu sou uma mulher. Por isso me referi à minha vida, e dela tenho muito orgulho". A presidente afastada também declarou que "a crise atingiu todos os países emergentes" e que o Congresso não só não aprovou integralmente as propostas do governo para o ajuste fiscal, como levou adiante as chamadas pautas-bomba que, segundo Dilma, onerou o governo em cerca de R$ 100 bilhões. "Junto com isso começa a Lava Jato", lembrou a presidente afastada.
"Eu enfrentei uma sistemática disposição um clima propício ao impeachment", afirmou Dilma, alegando também que "chantagens explícitas" por parte do deputado afastado Eduardo Cunha tiveram espaço em toda a mídia brasileira, "que não prima por ser muito favorável ao meu governo".
Para a presidente afastada, a intenção com a acusação de crime de responsabilidade é "reverter a relação de causa e efeito", como se os decretos de créditos suplementar e as pedaladas fiscais fossem responsáveis pela crise -- que provocou, segundo ela, "queda vertiginosa de receita". Dilma afirmou que os parlamentares não tiveram "nenhuma sensibilidade para o país sair da crise". "Se nós continuarmos nessa batida, a crise este ano vai se aprofundar ainda mais, e ano que vem não haverá recuperação", disse.
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