Cunha recebe familiares em Curitiba isolado de outros presos da Lava Jato
Todos os 12 presos da Operação Lava Jato que estão sob a custódia da Polícia Federal do Paraná receberam visitas nesta quarta-feira (26) em Curitiba. O dia é o único da semana destinado à presença de familiares.
Preso mais recente da operação e há uma semana na carceragem, o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi o único a receber as visitas em uma área isolada, sem qualquer contato com outros presos da investigação --entre os quais o ex-ministro Antonio Palocci, que está na mesma ala de Cunha, além do doleiro Alberto Yousseff, o empresário Marcelo Odebrecht e o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro.
A informação é de um integrante da força-tarefa da Lava Jato na PF, que falou com o UOL sob a condição de anonimato.
De acordo com ele, Cunha recebeu a mulher, a jornalista Cláudia Cruz, e os quatro filhos -- Bárbara Cunha, da atual união, e Danielle Dytz Cunha, Camilla Dytz Cunha e Felipe Dytz Cunha, do primeiro casamento-- sem qualquer contato com os outros presos da operação.
Diferentemente da visita de Cláudia, na última sexta-feira (26), na visita de hoje o preso não se comunicou com a família em um parlatório, através de fones, mas com contato físico.
A família chegou em táxis, acompanhada de um advogado, por volta de 8h. Os quatro filhos entraram primeiro, com malas, e a jornalista entrou na sequência só com a bolsa pessoal.
Os filhos deixaram a sede da PF sem falar com a imprensa às 11h15. Cláudia saiu às 11h30 também sem dar declarações. Na chegada, ela chegou a ser "escoltada" por um guarda-chuva aberto pelo advogado, diante dos fotógrafos e cinegrafistas.
Cunha completa hoje uma semana de prisão preventiva por determinação do juiz da 13ª Vara Federal do Paraná, Sergio Moro, que comanda a Operação Lava Jato na primeira instância.
A defesa entrou na última segunda (24) com pedido de habeas corpus no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), em Porto Alegre, mas a medida ainda não foi julgada.
No pedido, a defesa alega que a decisão de Moro "afronta" o STF (Supremo Tribunal Federal), que já havia negado o pedido de prisão feito pela PGR (Procuradoria Geral da República). Para os advogados, a prisão é "desnecessária", "desproporcional" e representa, dessa forma, um "excesso". Outro argumento foi que foi que a competência para julgar o caso não é da Justiça Federal do Paraná, mas do STF, onde Cunha já foi havia sido denunciado.
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