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Temer anuncia acordo com Congresso para impedir anistia ao caixa 2

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

27/11/2016 12h10Atualizada em 27/11/2016 20h23

O presidente Michel Temer (PMDB) anunciou neste domingo (27) um acordo entre o Poder Executivo e o Legislativo para “impedir” a tramitação da proposta que prevê a anistia ao crime do caixa 2, articulada por parlamentares no Congresso Nacional. Segundo o presidente, o acordo é uma forma de atender à chamada “voz das ruas”.

"Conversávamos eu, o presidente Rodrigo e o presidente Renan, e acordamos todos que não há a menor condição de, pelo menos patrocinado pelo presidente da Câmara e do Senado, levar adiante essa proposta”, disse Temer em entrevista coletiva realizada no Palácio do Planalto ao lado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
 
“Verificamos que era preciso atender aquilo que se chama voz das ruas, que é a reprodução de um dispositivo constitucional que diz que o governo não é nosso. [ ...] O poder é do povo. Quando o povo se manifesta, esta audiência há de ser tomada pelo poder Legislativo e igualmente pelo Poder Executivo”, explicou o presidente.
 
A chamada anistia ao caixa 2 vem sendo articulada na Câmara dos Deputados e previa que pessoas que receberam doações, contabilizadas ou não, de valores, serviços e bens para fins eleitorais ou político-partidários feitas até a data da entrada da nova legislação não seriam punidos. Críticos à proposta afirmam que ela seria uma forma de anistiar políticos investigados pela Operação Lava Jato, que apura, entre outras coisas, o financiamento de campanhas eleitorais.
 
Maia e Renan afirmaram que não há espaço para a tramitação de um projeto dessa natureza no Congresso, e o presidente do Senado acrescentou que há outras prioridades, como votar medidas econômicas.

Segundo Renan, até o final do ano serão concluídas as votações da LDO e da Lei Orçamentária de 2017.

"Essa matéria não deve tramitar. Temos outras prioridades para o Brasil. Estamos fazendo o ajuste fiscal, que considero que é obrigação, um dever. E vamos votar as matérias econômicas para nós retomarmos o crescimento da economia", disse Renan Calheiros. (Com Reuters)