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Deputados do PT pedem investigações contra Moraes e delegados da PF

Petistas entendem que Moraes se omitiu diante de declarações sobre Lula - André Dusek/Estadão Conteúdo
Petistas entendem que Moraes se omitiu diante de declarações sobre Lula Imagem: André Dusek/Estadão Conteúdo

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

08/02/2017 14h01

A liderança do PT na Câmara dos Deputados anunciou nesta quarta-feira (8) que parlamentares do partido irão ingressar nesta tarde com representações contra o ministro licenciado da Justiça, Alexandre de Moraes, e os delegados da Polícia Federal Igor Romário de Paula e Maurício Moscardi Grillo. Igor Romário e Maurício Moscardi deram entrevistas à revista "Veja" e ao UOL sobre um eventual “timing” para a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De acordo com a liderança do PT, duas representações serão feitas. Uma, assinada pelo líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), será encaminhada à corregedoria da PF e será contra Igor Romário e Maurício Moscardi.

Em janeiro, Moscardi declarou à revista "Veja" que a Operação Lava Jato teria perdido o “timing” para prender o ex-presidente. No dia 27 de janeiro, em entrevista ao UOL, Igor Romário, que é o coordenador da Operação Lava Jato na PF, contestou o colega e disse que o “timing” para prender Lula poderia surgir em “30 ou 60 dias”.

Lula é réu em cinco processos relativos a três operações da PF diferentes. Ele é réu de três ações no âmbito da Operação Lava Jato, uma na Operação Janus e uma na Operação Zelotes. 

A representação sustenta que os delegados teriam cometido crime de “abuso de autoridade” e, por conta disso, “tais atitudes arbitrárias e abusivas devem ser investigadas, punidas e coibidas”.

Uma segunda representação será encaminhada à Comissão de Ética da Presidência da República e à PGR (Procuradoria Geral da República).

O documento pede a apuração relativa às declarações de Igor Romário e Maurício Moscardi e à suposta omissão de Alexandre de Moraes em relação ao caso. Como ministro da Justiça, Moraes é o chefe máximo da Polícia Federal. Ele se licenciou do cargo nesta semana após ter sido indicado pelo presidente Michel Temer (PMDB) para ocupar a vaga no STF (Supremo Tribunal Federal) aberta após a morte de Teori Zavascki.

A reportagem do UOL contatou a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça e da PF para obter um posicionamento sobre as representações movidas pelo PT, mas não recebeu respostas até as 14h.