Dilma diz que nunca autorizou caixa 2 em suas campanhas
A ex-presidente Dilma Rousseff rebateu nesta quarta-feira (19) as informações dadas ontem pelo marqueteiro João Santana e sua mulher e sócia, a empresária Mônica Moura, durante depoimento ao juiz federal Sérgio Moro sobre o uso de caixa 2 nas campanhas da petista.
Dilma disse por meio de uma nota divulgada por sua assessoria de imprensa que nunca autorizou, em suas campanhas, a arrecadação de recursos por meio de caixa dois. "As únicas pessoas autorizadas a captar dinheiro, em conformidade com a legislação eleitoral, foram os tesoureiros regularmente investidos nessas funções nas campanhas de 2010 e 2014”, afirmou.
O documento diz ainda que Dilma nunca teve conhecimento de que as “suas ordens tenham sido desrespeitadas”.
"Nas duas eleições, a orientação de Dilma Rousseff sempre foi clara e direta para que fosse respeitada a legislação eleitoral em todos os atos de campanha. Ela nunca teve conhecimento de que suas ordens tenham sido desrespeitadas. Todos que participaram nas instâncias de coordenação das duas campanhas sempre tiveram total ciência dessa determinação."
Durante o depoimento, o casal disse a Moro que a Odebrecht pagou, usando caixa 2, parte dos gastos da campanha presidencial de Dilma Rousseff (PT) em 2010. O valor seria de, no mínimo, R$ 15 milhões.
Segundo Mônica, "R$ 5 milhões ou R$ 6 milhões" foram pagos em espécie ainda em 2010. No ano seguinte, mais R$ 10 milhões foram depositados pela Odebrecht em uma conta não declarada do casal no exterior, chamada
Santana, que depôs em seguida, deu versão similar.
Mônica Moura disse a Moro que todos os candidatos para os quais a empresa dela e do marido trabalhou tinham conhecimento do uso de caixa 2 para pagamento dos serviços prestados. "Posso dizer com segurança que todos sabiam dos valores exatos, de quanto estavam nos pagando e como que era o pagamento", afirmou.
A Pólis, empresa de Santana e Mônica, fez as campanhas presidenciais de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006; e de Dilma Rousseff, em 2010 e 2014. O casal também trabalhou em várias outras eleições dentro e fora do Brasil.
O depoimento dado a Moro faz parte da ação penal em que o ex-ministro Antonio Palocci é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O casal de marqueteiros afirmou que Palocci foi o responsável por definir quanto seria pago em caixa 2 a Pólis, com parte das despesas sendo pagas pela Odebrecht.
Mônica disse também que quis preservar Dilma ao não contar à Polícia Federal, em depoimento dado em fevereiro de 2016, que havia recebido caixa 2 no exterior. "Nessa época, há um ano e pouco atrás, quando a gente foi preso, a gente queria preservar a presidente Dilma, que já estava num momento complicado, o país estava num momento complicado, e a gente não queria dizer que tinha recebido dinheiro de campanha dela, especificamente no caso de 2010", afirmou.
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