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"Não é possível um Brasil sindicalista", diz Doria ao defender reformas de Temer

Após evento com empresários, Doria recebeu o ator e político norte-americano Arnold Schwarzenegger em seu gabinete, em São Paulo - Reprodução/Instagram/@schwarzenegger
Após evento com empresários, Doria recebeu o ator e político norte-americano Arnold Schwarzenegger em seu gabinete, em São Paulo Imagem: Reprodução/Instagram/@schwarzenegger

Do UOL, em São Paulo

24/04/2017 09h42Atualizada em 24/04/2017 12h19

Em um discurso em apoio às reformas previdenciária e trabalhista propostas pelo presidente Michel Temer (PMDB), o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), criticou uma "minoria ruidosa" que tem protestado contra os projetos. "Não é possível imaginar que a minoria ruidosa vá se sobrepor à maioria silenciosa. Tem que fazer ouvir a palavra de quem quer a mudança", afirmou nesta segunda-feira (24).

“Transformar o Brasil é apoiar, sim, as reformas. Ter coragem de apoiar as reformas e fazê-las”. O prefeito, porém, salientou que são necessários ajustes e debates sobre o tema. “Não é hora de recuar, é hora de avançar”, disse Doria no evento "Mitos e Fatos" voltado para empresários, promovido pela rádio Jovem Pan. 

O prefeito fez fortes críticas aos oposicionistas das reformas. Entre eles, estão movimentos sociais e centrais sindicais, que estão organizando uma "greve geral" para esta sexta-feira (28).

Não é possível imaginar um Brasil sindicalista, um Brasil protecionista. Acabou esse tempo 

João Doria (PSDB), prefeito de São Paulo

Segundo o tucano, "vozes populistas, mentirosas" estão prometendo "o que não podem e o que não farão".

De acordo com Doria, a “minoria ruidosa quer e defende o passado”. “O passado passou. E graças a Deus que passou, senão teriam destruído o Brasil. Se não fosse o juiz Sergio Moro e a Lava Jato, o Brasil estaria destruído hoje. É outro tempo. E, neste tempo, é preciso seguir as mudanças e as transformações”.

24.abr.2017 - O prefeito paulistano, João Doria (PSDB), participou do evento 'Mitos e Fatos', da rádio Jovem Pan, nesta segunda - Reprodução/YouTube/Jovem Pan Notícias - Reprodução/YouTube/Jovem Pan Notícias
Doria participou do evento 'Mitos e Fatos', da rádio Jovem Pan, nesta segunda
Imagem: Reprodução/YouTube/Jovem Pan Notícias

Protesto

O tucano pediu que quem foi às ruas pedir o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) deve voltar a protestar em apoio às reformas. “As reformas não vão gerar desemprego, não vão gerar pobreza. Elas vão gerar riqueza e oportunidade de trabalho e transformação para o Brasil”, avalia.

“E é isso que temem aqueles que querem manter estruturas arcaicas, envelhecidas sob controle para determinar quem pode e quem não pode. Quem determina isso é o povo brasileiro, é a democracia. Não é sindicalista, dirigente partidário”.

Para Doria, a sociedade civil precisa “se organizar e se manifestar”. A uma plateia de empresários e políticos, o prefeito disse que é necessário ir a Brasília, conversar com parlamentares. “Fazer a pressão legítima da sociedade civil”.

Em discurso semelhante ao usado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua série de entrevistas para rádios do Nordeste, Doria disse qual deveria ser o foco dos governos. “Governar é sobretudo administrar para os mais pobres, os mais humildes”, falou.

"Os erros que se cometeram no passado de não se valorizar essa população mais fragilizada levou o Brasil a 13 anos de mau governo [em referência a Lula e Dilma], de destempero, de assalto ao dinheiro público, de mentiras."

'Não sou candidato'

Apesar do discurso sobre um tema nacional, Doria, que tem sido apontado como forte candidato à Presidência em 2018, reafirmou que não disputará cargos no ano que vem. "Meu discurso não é de candidato. Não sou candidato a governador, a presidente. Sou candidato a um bom prefeito."

O tucano afirmou ainda que fala como brasileiro. "Eu não sou de esquerda, não sou de direita, não sou de centro. Eu sou brasileiro", afirmou. 

"Quero o bem do meu país, da minha pátria, do meu povo. Para isso, vou usar, sim, toda minha força, toda minha capacidade toda minha voz, para defender o meu país. Sobretudo do mal que acometeu o nosso país e quase nos destruiu".

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Efe