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STF autoriza abertura de inquérito contra presidente Michel Temer

24.abr.2017 - O presidente Michel Temer - Pedro Ladeira/Folhapress
24.abr.2017 - O presidente Michel Temer Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Do UOL, em Brasília e em São Paulo

18/05/2017 14h17Atualizada em 18/05/2017 14h58

O STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou abertura de inquérito contra o presidente, Michel Temer (PMDB), nesta quinta-feira (18) conforme apurou o UOL. A decisão de abrir uma investigação contra Temer foi tomada pelo ministro do STF Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo.

O STF não se pronunciou oficialmente sobre a investigação. Fachin chegou ao Supremo, na tarde desta quinta-feira, sem falar com jornalistas.

O pedido foi feito pela PGR (Procuradoria-Geral da República). A partir de agora, o presidente passa a ser formalmente investigado.

A reportagem entrou em contato com a Presidência para que pudesse comentar o assunto, e aguarda resposta.

Temer entrou com requerimento no STF pedindo acesso à íntegra das gravações feitas pelos delatores da JBS. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o presidente só gostaria de se pronunciar a respeito do assunto após conhecer o conteúdo da delação.

Entenda as acusações

De acordo com informações divulgadas pelo jornal "O Globo" nesta quarta-feira (17), Joesley Batista, um dos donos da JBS, encontrou Temer no dia 7 de março no Palácio do Planalto. O empresário teria registrado a conversa com um gravador escondido. Batista disse ter contado a Temer que estava pagando ao ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao lobista Lúcio Funaro para ficarem calados. O presidente, segundo o empresário, responde: "Tem que manter isso, viu?".

Em nota publicada ontem, Temer confirmou o encontro, mas disse que "jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha" e negou ter participado ou autorizado "qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar".

No caso do Aécio, ele foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Batista. O empresário entregou um áudio à Procuradoria-Geral da República em que o tucano pede a quantia, sob o pretexto de pagar as despesas com sua defesa na Operação Lava Jato. 

Hoje, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin proibiu Aécio de exercer as funções de senador. A Procuradoria-Geral da República também pediu a prisão do tucano, mas Fachin, responsável pela Lava Jato na Corte, negou o pedido. A irmã de Aécio, Andrea Neves, foi presa.

José Eduardo Alckmin, um dos advogados do tucano, afirmou que o senador está "inconformado e surpreso" com as acusações de que teria pedido R$ 2 milhões a Batista. Ele confirmou o pedido, mas disse se tratar apenas um empréstimo pessoal e que houve uma "descontextualização" da fala de Aécio na gravação.