MPF denuncia Lula por crimes de corrupção e lavagem no caso do sítio de Atibaia
O MPF (Ministério Público Federal) denunciou na tarde desta segunda-feira (22) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do sítio de Atibaia, no interior de São Paulo.
Segundo os procuradores, o imóvel passou por reformas custeadas pelas empresas Odebrecht, OAS e Schahin em benefício do petista e de sua família. Em troca, os três grupos teriam sido favorecidos em contratos com a Petrobras.
O sítio está em nome de Fernando Bittar e Jonas Suassuna, sócios de Fábio Luiz Lula da Silva, filho de Lula. O ex-presidente sempre negou as acusações e afirmou que não é dono da propriedade.
Além de Lula, foram denunciadas outras 12 pessoas –entre elas, os empresários Emílio e Marcelo Odebrecht, da empreiteira Odebrecht; Leo Pinheiro, da OAS; o pecuarista José Carlos Bumlai; e o proprietário formal do sítio, Fernando Bittar.
Segundo a denúncia, o ex-presidente se beneficiou de R$ 1,02 milhão em benfeitorias no sítio, que era frequentado por ele.
O MPF afirma que parte do valor das propinas pagas pela Odebrecht e pela OAS, no valor aproximado de R$ 870 mil, foi lavada pela realização de reformas do sítio.
Outra parcela das propinas teve origem, segundo os procuradores, na contratação para operação da sonda Vitória 10000 da Schahin pela Petrobras. O negócio foi recompensado com com a realização de reformas estruturais e de acabamento no sítio no valor de R$ 150.500.
De acordo com a denúncia, Lula é acusado de “estruturar, orientar e comandar esquema ilícito de pagamento de propina em benefício de partidos políticos, políticos e funcionários públicos com a nomeação, enquanto presidente da República, de diretores da Petrobras orientados para a prática de crimes em benefício das empreiteiras".
Os procuradores apontam que esse esquema ocorreu nas mais importantes diretorias da Petrobras, com a nomeação de Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Nestor Cerveró, respectivamente, para as diretorias de Abastecimento, de Serviços e Internacional.
Ainda de acordo com os procuradores, por meio do esquema, os diretores geravam recursos “que eram repassados para enriquecimento ilícito do ex-presidente, de agentes políticos e das próprias agremiações que participavam do loteamento dos cargos públicos, bem como para campanhas eleitorais movidas por dinheiro criminoso”.
Esta é a quarta denúncia contra Lula na Operação Lava Jato - e a sexta a que o petista responde sob acusação de corrupção. Ele é réu nas outras cinco ações.
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