Prejuízo após protesto é de ao menos R$ 1,4 milhão, diz governo
A sequência de depredações de prédios públicos na Esplanada dos Ministérios durante a manifestação desta quarta-feira (24) em Brasília provocou prejuízo de ao menos R$ 1,4 milhão aos cofres públicos, de acordo com levantamento dos ministérios do Planejamento e da Agricultura.
Do material destruído no prédio do Planejamento, as perdas somam R$ 330 mil, sobretudo com mobiliário (mais de R$ 140 mil) e computadores (R$ 55 mil). Já na Agricultura, o prejuízo de R$ 1,1 milhão é decorrente do fogo, que invadiu a recepção da entrada privativa e a sala de reunião do térreo. As chamas alcançaram até o terceiro andar do prédio, segundo informações dos ministérios.
A AGU (Advocacia-Geral da União) informou que pediu com urgência aos ministérios um levantamento sobre os prejuízos causados durante as manifestações e que os organizadores poderão ser responsabilizados. "O objetivo é obter subsídios para o ajuizamento de uma ação que buscará a reparação pelos danos ao patrimônio público. Poderão ser responsabilizados os organizadores e demais agentes identificados pela polícia. O processo será aberto com a conclusão do envio de informações por parte dos órgãos que tiveram suas instalações danificadas", disse a instituição em nota.
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves -- o Juruna -- pediu nesta quinta-feira (25) que o ministro da Defesa, Raul Jungmann, tenha “responsabilidade na análise” dos responsáveis pelas depredações de prédios públicos durante a manifestação ocorrida ontem em Brasília. O ato foi organizado por seis centrais sindicais. Na manhã desta quinta-feira (25), Jungmann citou as centrais sindicais como possíveis responsáveis pelas depredações.
Para Juruna, acusar as centrais sindicais de "tocarem fogo nos ministérios é exagero e irresponsabilidade”. “O que exijo do ministro – e exijo por sou cidadão – é responsabilidade na análise das coisas. Não é justo que um ministro que tem caráter democrata, que tem acompanhado as lutas sociais, as manifestações de massa, fale uma bobagem dessas”, disse Juruna, se referindo a uma possível responsabilização das centrais sobre os danos causados durante o ato.
Segundo Juruna, o ato saiu pacífico do estádio Mané Garrincha rumo à Esplanada dos Ministérios. A confusão teria começado quando um grupo de black blocs avançaram contra a PM. “Nós pedimos para que as pessoas não avançassem, mas a PM preferiu jogar bomba nos manifestantes, em cima do carro de som, do que controla esse pequeno grupo [de black blocs]. Os trabalhadores e trabalhadoras que saíram de vários lugares do Brasil foram recebidos em Brasília com bombas de gás”, disse.
Ao ser questionado se a Força Sindical apoia a saída de Michel Temer, Juruna disse que “foi deixado em aberto” para que cada um se manifestasse individualmente sobre essa questão. “Queremos que as reformas sejam paralisadas diante do clima político que estamos vivendo”, disse.
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