Ato por Diretas reúne milhares no centro de BH, e Ciro conclama povo contra "tragédia"
Um ato em defesa de eleições diretas e pela saída do presidente Michel Temer (PMDB) reuniu cerca de 40 mil pessoas nesta sexta-feira (16) em Belo Horizonte, conforme estimativa dos organizadores - a PM (Polícia Militar) informou que não informará uma contagem oficial. O evento contou com a participação dos ex-ministros José Eduardo Cardozo (PT-SP) e Ciro Gomes (PDT-CE), potencial candidato à Presidência que fez um discurso inflamado conclamando a população a sair às ruas.
"Só um milagre pode mudar esse caminho de tragédia", bradou o ex-governador, que antes, aos jornalistas, fez duras críticas ao governo Temer e afirmou que só a participação popular permitirá ao país mudar os rumos da política brasileira.
“A probabilidade desses camaradas ficarem aí e executar essa agenda macabra contra o Brasil é muito grande. A única chance, única mesmo, e quem está lhe falando tem experiência, da gente mudar esse quadro por vários caminhos é se o povo brasileiro, apesar de todas as decepções, apesar de toda a descrença, ir para a rua. Se isso acontecer, qualquer milagre a democracia produz”, defendeu. “Por isso que eu acho esses atos essenciais. Nós políticos temos que ter a discrição de ficarmos no apoio, na retaguarda, porque nesse momento é o povo brasileiro que precisa se agigantar”.
Questionado se vai se candidatar à Presidência em 2018 ou em uma eventual eleição já neste ano, Ciro afirmou que isso dependerá de uma decisão de seu partido.
“Nesse momento, o que eu considero vital para qualquer brasileiro, principalmente aquele que tem a responsabilidade que eu tenho, é que saia de casa e ajude a tomar de volta o Brasil dessa quadrilha de salteadores que está infelicitando o nosso povo, principalmente o povo mais pobre”, declarou Ciro Gomes. “O Brasil não está precisando de Francisco e de Maria, o Brasil está precisando de um projeto, e eu vou ajudar a construir esse projeto. Se for a minha tarefa liderar esse grande país no começo desse projeto, eu vou ter muita honra, mas não é essencial a minha candidatura”.
Ex-ministro do governo Dilma Rousseff (PT) e defensor da ex-presidente no processo de impeachment, José Eduardo Cardozo também defendeu eleições diretas agora e a saída de Michel Temer.
“A cada dia que passa, parece claro que a única solução para o país agora é que o povo escolha o presidente. Seja quem ganhe, não tem outra solução. Temer não tem como continuar. A saída é chamar eleições diretas para o povo escolher quem deve governar o país. É a única alternativa para tirar o país da crise econômica e institucional que vive. O Temer não pode continuar, e o Congresso não tem como eleger”, avaliou Cardozo.
O ato em BH
Após Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, Belo Horizonte é a quarta capital do país a realizar um ato por Diretas Já desde que o presidente Michel Temer passou a ser investigado no STF (Supremo Tribunal Federal) em razão das delações da JBS.
A manifestação desta sexta-feira na capital mineira foi organizada pela UNE (União Nacional dos Estudantes) e pela Frente Brasil Popular e contou com o apoio de sindicatos e movimentos sociais.
A concentração se deu na Praça Afonso Arinos, na região central de Belo Horizonte, no final da tarde. Por volta das 19h, os ativistas deixaram o local e se dirigiram para a Praça Rui Barbosa, conhecida como Praça da Estação, também na região central da cidade.
No local, teve início uma série de shows de artistas intercalados por discursos, um deles realizado por Guilherme Boulos, líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), que criticou a possibilidade de, em caso da saída de Temer, o sucessor ser escolhido via eleições indiretas pelo Congresso. O dirigente pediu a formalização das eleições diretas.
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