Advogado de Temer diz ao STF que não há defesa prévia antes de denúncia ir à Câmara
A defesa do presidente Michel Temer (PMDB) informou ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin que não seria possível, legalmente, apresentar defesa no inquérito contra o presidente antes do envio do processo à Câmara dos Deputados.
Segundo o advogado Gustavo Guedes, a defesa entende que somente há processo, e portanto, possibilidade de defesa, depois que a Câmara autoriza a tramitação da denúncia no STF.
Guedes se reuniu com Fachin na tarde desta terça-feira (27).
A Procuradoria-Geral da República apresentou esta segunda-feira (26) denúncia por corrupção contra Temer e o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).
O procurador-geral Rodrigo Janot havia pedido ao STF que concedesse prazo de 15 dias à defesa de Temer antes que o processo fosse remetido à Câmara. O expediente é previsto pela lei que regulamenta processos criminais em tramitação no STF.
Por ser presidente da República, Temer pode ser julgado apenas pelo Supremo. Mas, antes, é preciso que a Câmara autorize o processo, pelo voto de ao menos 342 dos 513 deputados.
Em seguida, se aprovado na Câmara, cabe aos 11 ministros do STF decidir se abrem o processo, o que oficialmente tornaria réu o presidente e o deixaria afastado do cargo por 180 dias.
Na denúncia, Janot pede que, se condenado, Temer perca o mandato.
Temer e aliados no Congresso têm sinalizado pressa na tramitação da denúncia na Câmara, por avaliarem ter apoio suficiente para barrar o aval ao processo.
Na hipótese de o STF não conceder prazo para a defesa, a denúncia seria remetida de imediato para análise dos deputados.
Essa decisão, no entanto, depende do ministro Edson Fachin, relator do processo.
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