Pezão nega ter ido a spa de luxo e diz que "sofre" ao atrasar salários de servidores
O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), afirmou, nesta quinta-feira (20), não ter ido a um spa de luxo, e sim a uma clínica de tratamento especializado, durante licença médica iniciada na segunda (17). "Se não me trato, iria morrer", disse ele em entrevista após reunião, em Brasília, com o presidente da República, Michel Temer, e outras autoridades.
Durante a semana, o chefe do Executivo fluminense --que enfrentou um câncer, no ano passado-- recebeu críticas pela internação no spa Rituaali, localizado em Penedo, na região serrana do Estado. De acordo com o jornal "O Globo", a estadia no local custa de R$ 14 mil a R$ 27 mil por semana.
Enquanto isso, por conta da penúria financeira no Estado, os servidores seguem com salários atrasados e recorrem à doação de cestas básicas para sobreviver. Somados o décimo terceiro referente a 2016 e os vencimentos de maio e junho ainda não efetuados, o governo deve R$ 2,26 bilhões aos trabalhadores.
"Eu não fui para o spa, eu me internei em uma clínica médica", afirmou ele, que disse ter contrariado recomendações médicas ao reassumir o cargo, em outubro do ano passado. "Todos eles [médicos] tinham pedido para eu aguardar até fevereiro. Eu perdi toda a minha musculatura do corpo. Não tinha força nem para levantar da cadeira", disse. "Eu tomo uma mão cheia de remédios pela manhã e uma mão cheia à noite."
Pezão declarou ainda que "a coisa que mais o faz sofrer" é atrasar o pagamento de salários dos servidores estaduais. "Não sou uma pessoa demagoga", disse.
O governador também argumentou ter pago o tratamento no spa com recursos próprios e que colocará à disposição, caso seja solicitado, o cheque e a nota fiscal fornecida pela clínica. "Da outra vez eu me internei nesse mesmo local, recebi essa crítica e mandei cheque e nota fiscal para uma revista", reclamou. "Eu estou pagando a minha internação. (...) Se eu não me cuido, eu não tenho como cuidar bem das pessoas."
A reunião da qual participou em Brasília, nesta manhã, ocorreu por determinação do presidente Michel Temer. Pezão teve, inclusive, que interromper a licença médica e reassumir o cargo para comparecer ao encontro. Participaram ainda o vice-governador, Francisco Dornelles, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e ministros como Eliseu Padilha (PMDB), da Casa Civil, Raul Jungmann (PPS), da Defesa, entre outros.
A agenda foi marcada com objetivo de definir apoio federal às ações de prevenção e combate ao crime em território fluminense. As conversas passam pelo começo do Plano Nacional de Segurança Pública, de acordo com o governo estadual.
A reunião seria uma resposta às declarações de Rodrigo Maia. Na terça terça-feira (18), o presidente da Câmara afirmou, em sua página oficial no Facebook, que as autoridades perderam "completamente o controle da segurança pública" no Rio, em referência aos sucessivos episódios de violência que têm ocorrido no Estado pelo qual se elegeu deputado federal.
O parlamentar é o primeiro na linha sucessória do Palácio do Planalto. Caso a Câmara, comandada por Maia, e o STF (Supremo Tribunal Federal) decidam aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o Michel Temer (PMDB), o presidente é afastado e Maia assume o posto do peemedebista.
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