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Lula diz que há uma "trama" jurídica para que ele não seja candidato

Carlos Madeiro

Especial para o UOL, no Recife (PE)

25/08/2017 20h37Atualizada em 25/08/2017 21h00

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na noite desta sexta-feira (25), em discurso no Recife, que existe uma "trama", uma "coisa jurídica" para impedir sua candidatura em 2018. 

"Não estou reivindicando nada, não temos eleições este ano. Mas tudo que leio, tudo que ouço é que eles estão tentando uma trama qualquer, uma coisa jurídica qualquer para impedir que o Lula volte; senão, não teria sentido ter dado um golpe na Dilma e depois de dois anos anos voltar", afirmou.

A declaração de Lula veio no mesmo dia em que a Folha mostrou que o trâmite de chegada do recurso da condenação do juiz Sergio Moro contra o ex-presidente foi o mais rápido de toda a Lava Jato.

"Se esses cidadãos que estão me julgando acharem um real na minha conta roubado, eu venho aqui pedir desculpas a vocês", declarou Lula.

O petista ainda desafiou que o Judiciário barre sua candidatura, caso ela tenha apoio popular. "Quero que saibam uma coisa: eu já fui presidente, e quero que eles saibam que quem vai decidir [se sou candidato] é o povo brasileiro. Eu conto pra todo mundo: quem nasceu no Nordeste como eu nasci e não morri de fome até os cinco anos não tem que ter preocupação com nada. Quero que o povo seja respeitado", afirmou. 

Lula voltou a repetir que, se for realmente candidato, irá "para ganhar". "E ganhando eles sabem que não só sei governar, mas cuidar do povo desse país", afirmou.

Ao lado de Dilma, Lula ainda ironizou a falta de apoio popular de Temer e o desafiou a ir à ruas. "O Temer está no lugar dessa daqui. Mas eu duvido que ele tenha coragem de fazer um ato como esses daqui, porque só fala com o povo quem gosta do povo", disse.

Mais cedo, em Ipojuca (no Grande Recife), Dilma havia comentado o caso. "Eles farão um enorme esforço que não mude essa situação [de destruição das conquistas petistas]. Um desses esforços vai ser usar sempre dois pesos, duas medidas. Eles tentarão impedir que nós ganhemos a eleição outra vez, que nós ganhemos com o presidente Lula. Mas nós temos de resistir", disse.

O ato em Ipojuca também teve ataques de sindicalistas à Lava Jato, que seria a responsável pelo desemprego no país.