Lula cita expressão "não sei" 32 vezes durante interrogatório a Moro
Interrogado pelo juiz federal Sergio Moro e pelo Ministério Público, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou 32 vezes a expressão “não sei” em depoimento que durou cerca de duas horas, em Curitiba, na tarde desta quarta-feira (13).
Ele também respondeu negativamente a quase 50 perguntas feitas pelo juiz Sergio Moro e por membros do Ministério Público. Lula prestou o seu segundo interrogatório a Moro, que comanda os processos da operação Lava Jato na primeira instância.
O ex-presidente usou o “não sei”, por exemplo, quando foi questionado por Moro se saberia dizer se o contrato de locação do apartamento –usado supostamente por Lula como objeto de propina--foi auditado ou se os valores haviam sido registrados.
“Não sei, querido, eu não sei”, respondeu o líder petista, aparentemente contrariado.
Em outra passagem, Lula voltou a ser indagado por Moro sobre o pagamento ou não dos aluguéis. “Eu acho que foram feitos depósitos bancários. Eu não sei como, mas foram feitos. Foi pagamento”, garantiu ele, meio confuso.
As negativas foram em relação a diversos assuntos, como quando foi questionado se acompanhou a aquisição de um apartamento vizinho ao dele em São Bernardo do Campo ou se havia um plano da Odebrecht para adquirir um imóvel para o Instituto Lula.
O ex-presidente foi questionado cerca de 180 vezes.
Com cerca de duas horas, o segundo depoimento do ex-presidente ao juiz Sergio Moro chegou ao fim às 16h26. O primeiro, em 10 de maio, tratava de outra acusação –a do tríplex, pela qual foi condenado a nove anos e seis meses de prisão-- e levou cerca de cinco horas.
A audiência desta quarta estava ligada a suspeitas da participação de Lula em um esquema de corrupção envolvendo oito contratos entre a empreiteira Odebrecht e a Petrobras.
Neste processo, Lula é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro sobre contratos entre a empreiteira e a Petrobrás. Segundo o Ministério Público Federal os repasses ilícitos da Odebrecht chegaram a R$ 75 milhões em oito contratos com a estatal. O montante, segundo a força-tarefa da Lava Jato, inclui um terreno de R$ 12,5 milhões para Instituto Lula e cobertura vizinha à residência de Lula em São Bernardo do Campo de R$ 504 mil.
(Com informações do Estado Conteúdo)
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