PGR vê indício de envolvimento de irmão de Geddel no 'recolhimento e guarda' dos R$ 51 milhões
O deputado federal Lucio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, foi alvo de três dos quatro mandados de busca e apreensão expedidos pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e cumpridos pela PF (Polícia Federal) nesta segunda-feira (16).
O pedido de busca e apreensão é da PGR (Procuradoria-Geral da República), que investiga a ligação do parlamentar com os R$ 51 milhões encontrados, no início de setembro, em um apartamento em Salvador na operação "Tesouro Perdido", desdobramento da "Cui Bono?".
As medidas foram solicitadas pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Nas investigações, foram encontrados indícios de envolvimento de Lucio Vieira Lima "no recolhimento e guarda do dinheiro", segundo a PGR.
Fachin, que autorizou a busca e a apreensão, ainda mantém sua decisão sob sigilo.
Mandados
Os agentes federais ficaram por quatro horas no gabinete do deputado em Brasília. A equipe da PF chegou na Câmara pouco antes das 6h, entrou no gabinete do parlamentar por volta das 7h, e só deixou prédio perto das 11h. Os agentes também estiveram no apartamento funcional de Vieira Lima, em Brasília.
Também foram cumpridos mandados em um endereço do parlamentar em Salvador. Na capital baiana, os agentes ficaram por cerca de três horas e meia em um apartamento no bairro Charme-Charme. Eles apreenderam documentos no local.
Em decorrência da ação da PF, o corredor de acesso aos gabinetes do 6º andar do prédio anexo da Câmara dos Deputados, onde está localizado o gabinete de Lúcio Vieira Lima, ficou fechado à imprensa. Somente os servidores da Câmara puderam circular pelo local durante boa parte da manhã.
Secretário parlamentar do deputado, Job Ribeiro Brandão também foi alvo da operação desta segunda. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido em sua casa, em Salvador.
A PF teria identificado digitais de Job no apartamento em que foram encontrados R$ 51 milhões em dinheiro vivo.
Irmão preso
Geddel está preso na Papuda, presídio localizado no Distrito Federal. Em 13 de setembro, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, decidiu remeter ao Supremo a investigação sobre o "tesouro perdido" --os R$ 51 milhões--, atribuído ao ex-ministro.
O magistrado alegou em sua decisão que "há sinais de provas que podem levar ao indiciamento" do deputado Lúcio Vieira Lima. Conforme a Constituição, congressistas têm foro por prerrogativa de função e só podem ser alvo de inquéritos criminais que tramitem na Corte.
No depoimento prestado à PF, o dono do apartamento situado em Salvador onde foram encontrados os R$ 51 milhões, Silvio Antônio Cabral da Silveira, disse que foi Lucio quem pediu o imóvel emprestado e que o fez em nome da amizade com o parlamentar, embora não conhecesse Geddel.
Além disso, no local, foi encontrada uma fatura em nome de Marinalva Teixeira de Jesus, apontada como empregada doméstica do congressista.
No pedido ao STF, Dodge também pediu que as investigações relativas à operação Cui Bono?, que apura irregularidades na Caixa Econômica Federal continuem na primeira instância, apesar de envolver Lucio, que por ser deputado, possui foro privilegiado.
A reportagem busca contato com Lucio Vieira Lima a respeito da operação desta segunda-feira (16).
(Com Estadão Conteúdo e A Tarde)
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