Às vésperas de 2ª denúncia, Temer elogia ruralistas e diz estar "animado"
A seis dias de a Câmara dos Deputados votar a autorização à segunda denúncia da Procuradoria, o presidente Michel Temer (PMDB) fez elogios ao setor agrário do país, base eleitoral de deputados aliados ao Planalto, e disse se sentir “animado” com os rumos do país.
O presidente participou nesta sexta-feira (20) da inauguração de um abatedouro de peixes na cidade de Palotina, no Paraná.
“O Brasil voltou”, disse Temer em diferentes pontos do discurso, citando a queda na inflação e nos juros e o aumento no emprego como exemplos positivos na economia.
“Eu saio daqui muito animado, saio com a alma envaidecida por ter participado dessa solenidade”, afirmou.
"E aliás, para falar do agronegócio, da agricultura em geral, os senhores e as senhoras têm sustentado o PIB brasileiro", disse Temer.
"Não fosse a atuação dos senhores neste ano nós estaríamos numa situação muito negativa, e já começamos a ter uma posição positiva, e isso se deve precisamente à atividade do agronegócio, da agricultura, daquilo que os senhores fazem no campo", afirmou o presidente.
Temer também afirmou que o Brasil passa por um momento no qual os brasileiros devem trabalhar juntos.
"Este conceito de cooperativa serve muito a nós, é muito forte para o nosso País. É o que precisamos, brasileiro cooperar com brasileiro. Não admitimos um brasileiro contra o outro. A sensação é que o Brasil quer isto, quer cooperar", disse o presidente.
A Câmara dos Deputados deve decidir na próxima quarta-feira (25) se autoriza que o STF (Supremo Tribunal Federal) julgue a denúncia apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o presidente Michel Temer.
O Planalto e deputados da base do governo consideram ter apoio suficiente para barrar a denúncia. Mesmo entre a oposição, a chance de a acusação receber o aval da Câmara é considerada remota.
Entenda a denúncia
A Constituição Federal diz que o presidente só pode ser julgado por acusações criminais se o processo receber o aval da Câmara dos Deputados.
A PGR (Procuradoria-Geral da República) denunciou Temer por obstrução de justiça e organização criminosa e outros seis políticos do PMDB, estes apenas pelo segundo crime.
A acusação por organização criminosa aponta que os sete integrantes do PMDB montaram um esquema de propina em órgãos públicos, como Petrobras, Furnas e Caixa Econômica. Temer é apontado na denúncia como líder da organização criminosa desde maio de 2016.
Temer tem negado a prática de qualquer irregularidade.
Para a Procuradoria, o presidente também cometeu o crime de obstrução de justiça ao dar aval para que o empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, comprasse o silêncio do corretor de valores Lucio Funaro, apontado como operador do PMDB.
Em sua delação premiada, Funaro afirmou ter recebido dinheiro de Joesley para que não fechasse um acordo de colaboração. Segundo a Procuradoria, o silêncio do operador beneficiaria o grupo do PMDB próximo a Temer.
O presidente nega que tenha dado aval ao executivo da JBS para os pagamentos.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.