Lula pode ser político mais rapidamente julgado na segunda instância da Lava Jato
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passará a ser o político investigado na Operação Lava Jato mais rapidamente julgado no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), sediado em Porto Alegre, caso o chamado processo do tríplex seja de fato avaliado pela corte no dia 24 de janeiro.
O TRF-4 é a segunda instância dos processos da Lava Jato sob responsabilidade do juiz Sergio Moro, da Justiça Federal do Paraná. Uma confirmação da condenação de Lula pelo tribunal pode impedi-lo de ser candidato nas eleições de 2018, segundo a Lei da Ficha Limpa, ou até mesmo levá-lo para a prisão. A defesa do ex-presidente questiona o que chama de "celeridade extraordinária" da ação penal.
Em 12 de julho deste ano, Moro condenou Lula a 9 anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP). A defesa do ex-presidente afirma que não há provas dos crimes imputados ao petista e que “evidências esmagadoras” de sua inocência foram ignoradas.
Até agora, Moro já deu 17 sentenças na Lava Jato a políticos ou integrantes de partidos. Destas, nove já foram julgadas na 8ª Turma do TRF-4, que julga os casos criminais da operação e tem sido cada vez mais célere na análise das apelações. O colegiado é formado pelos desembargadores João Pedro Gebran Neto, Leandro Paulsen e Victor Laus.
O primeiro político ou integrante de partido condenado por Moro na Lava Jato foi João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, em 21 de setembro de 2015. A 8ª Turma julgou a apelação de Vaccari quase dois anos depois, em 27 de junho deste ano, e inocentou o petista.
Já em 21 de novembro passado, o colegiado confirmou a condenação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) cerca de 8 meses depois da sentença de Moro, publicada em 30 de março.
Lula foi o líder da última pesquisa Datafolha de intenção de voto para presidente, divulgada no dia 2. O petista tem rodado o país em pré-campanha para as eleições do ano que vem e busca desafiar publicamente a ideia de que não poderá se candidatar --o que também se prepara para fazer na Justiça.
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