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Arroz com passas, carne assada e tutu de feijão: como será o Natal de Maluf na Papuda

22.dez.2017- Paulo Maluf passa por perícia médica no IML de Brasília antes de ser levado ao presídio da Papuda - REUTERS/Adriano Machado
22.dez.2017- Paulo Maluf passa por perícia médica no IML de Brasília antes de ser levado ao presídio da Papuda Imagem: REUTERS/Adriano Machado

Do UOL, em São Paulo

23/12/2017 04h00Atualizada em 23/12/2017 15h58

O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), que foi transferido nesta sexta-feira (22) para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, passará o Natal sem o tradicional peru, mas vai poder contar com passas na ceia natalina. No cardápio do jantar do dia 24, que será oferecido a outros detentos do CDP (Centro de Detenção Provisória), como Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), terá arroz com passas, tutu de feijão, carne assada, batata e suco de fruta.

Já o almoço do dia 25 terá arroz colorido, feijão em caldo, frango assado, purê de cenouras e suco de fruta. Segundo a Sesipe (Subsecretaria do Sistema Penitenciário) do DF, a criação de um cardápio especial para a data foi feita pelas empresas que fornecem alimentação aos detentos, sem qualquer orientação estatal.

A mudança nas refeições também não terá custo adicional ao governo e não sairá do padrão nutricional estabelecido em contrato com a empresa Cial, responsável pelas refeições do CDP.

Como os demais detentos, Maluf terá direito a quatro refeições diárias - café da manhã, almoço, jantar e lanche noturno - e duas horas de banho de sol. Ele ficará no bloco que reúne políticos, idosos, ex-policiais, além de presos com ensino superior. Também receberão o cardápio especial de Natal o deputado Celso Jacob (PMDB-RJ), o senador cassado Luiz Estevão e o ex-executivo da JBS Ricardo Saud, detidos no CDP, que também abriga os presos da Lava Jato.

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Maluf, que começou nessa sexta-feira (22) a cumprir a pena na Papuda, foi condenado por desvio de verbas nas obras da ponte Água Espraiada, hoje conhecida como Avenida Jornalista Roberto Marinho. No presídio, o político está abrigado em uma cela de 30 metros quadrados que tem capacidade para até dez detentos. Segundo denúncia do Ministério Público, ele teria recebido propina das construtoras Mendes Júnior e OAS durante sua gestão como prefeito da capital paulista, de 1993 a 1996. Segundo os procuradores, os valores desviados podem ter chegado a R$ 170 milhões. A obra teve custo total de R$ 800 milhões. 

Prisão

Maluf, de 86 anos, se entregou na manhã de quarta-feira (20) após decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin para que ele cumpra imediatamente a pena de sete anos e nove meses de prisão em regime fechado pelo crime de lavagem de dinheiro. A informação foi confirmada pela assessoria da PF.

Na quinta-feira (21), a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, negou recurso dos defensores do deputado e manteve a decisão de Fachin referente ao cumprimento imediato da pena.

Para Cármen, o recurso utilizado é "incabível", tendo caráter "manifestamente protelatório". Kakay, em nota divulgada ontem, disse que recebeu a decisão “com o respeito devido, mas com profunda apreensão” em função do estado de saúde do deputado.