Após encontrar Cármen Lúcia, presidente do TRF4 visita PGR
Após se reunir na manhã desta segunda-feira (15) com a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Cármen Lúcia, o presidente do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores, se encontrou com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, na sede da PGR (Procuradoria-Geral da República).
Nos dois encontros, estiveram na pauta as preocupações do TRF-4 com a segurança no dia do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcado para o próximo dia 24, na sede do tribunal, em Porto Alegre.
O TRF-4 irá julgar a apelação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra a condenação dele por corrupção passiva e lavagem de dinheiro a nove anos e seis meses de prisão.
O STF e o TRF-4 não divulgaram os temas tratados na reunião, mas era esperado que o julgamento de Lula fosse abordado no encontro.
Thompson Flores pediu as reuniões para para discutir providências sobre ameaças recebidas pelos desembargadores que julgarão o processo do ex-presidente.
Thompson Flores deixou o STF sem falar com a imprensa, após reunião de pouco mais de uma hora com Cármen Lúcia, que preside também o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que tem um departamento para cuidar da segurança de magistrados.
No início de janeiro, Thompson Flores enviou ofício à Cármen Lúcia e a outros órgãos, como a PGR e a Polícia Federal, para que fossem investigadas as ameaças recebidas pela internet e por telefone, direcionadas ao TRF-4 e aos três desembargadores que julgarão o recurso de Lula: João Gebran Neto, relator; Victor Laus e Leandro Paulsen.
Na semana passada, o presidente do TRF4 assinou uma portaria suspendendo o expediente e dispensando funcionários de comparecem ao Tribunal no dia do julgamento de Lula.
Preocupado com a segurança, ele também se reuniu com deputados do PT, a quem pediu cooperação para manter pacíficas as manifestações previstas em Porto Alegre.
Associação de juízes
A presidente do STF também recebeu nesta segunda-feira os presidentes da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), Roberto Veloso, e da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), Guilherme Guimarães Feliciano, também para tratar da segurança no dia do julgamento de Lula.
Veloso afirmou que a Ajufe está preocupada com possíveis ameaças a juízes e com as manifestações convocadas para o dia do julgamento. "A principal questão é justamente a segurança do julgamento que ocorrerá no TRF-4 no dia 24", disse.
"São ameaças graves, de deterioração de patrimônio público, ameaça aos magistrados, e essa foi a principal questão que viemos tratar com a presidente do STF", afirmou Veloso.
O presidente do TRF-4 também se reuniu nesta segunda-feira com o ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da República, Sergio Etchegoyen. A assessoria de imprensa do GSI informou que ambos são “amigos de longa data” e que o encontro partiu de um convite de Etchegoyen.
Julgamento crucial para Lula
O julgamento em Porto Alegre é crucial para o futuro de Lula. Em pleno ano de eleições presidenciais e com o petista liderando pesquisas de intenção de voto, uma condenação em segunda instância pode torná-lo inelegível e, até mesmo, levá-lo à prisão.
A defesa do ex-presidente diz que não há provas dos delitos e, por isso, ele deve ser absolvido
Até o momento, representantes do PT já confirmaram a presença do ex-presidente em um ato público em São Paulo após o julgamento. No dia seguinte, o partido fará um evento na capital paulista com suas lideranças para reafirmar a candidatura presidencial de Lula, seja qual for o resultado no tribunal.
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