Maluf é internado em hospital do DF
O deputado federal afastado Paulo Maluf (PP-SP), 86, deixou a penitenciária da Papuda na noite desta terça-feira (27) e deu entrada no hospital Home, em Brasília. A SSP (Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social) do Distrito Federal informou que o parlamentar se queixou de dores nas costas e foi conduzido ao hospital pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
"Inicialmente, por solicitação médica, ele ficará internado por 24 horas para exames", afirmou a secretaria, em nota. Enquanto estiver no hospital, a secretaria da Segurança informou que ele ficará sob escolta de agentes da Sesipe (Subsecretaria do Sistema Penitenciário).
A assessoria de imprensa do hospital, que é particular e fica na Asa Sul da capital federal, não informou o estado de saúde do deputado até as 10h20 desta quarta-feira (28). De acordo com boletim médico divulgado pela manhã, não há previsão de alta e Maluf, que está com quadro de dor "forte e incapacitante".
Procurado, o advogado de Maluf, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que o deputado teve uma complicação séria no seu quadro de saúde esta madrugada e foi internado às pressas.
"A informação é que [Maluf] terá que ficar sob observação [no hospital] por pelo menos três dias. A defesa não obteve ainda maiores detalhes e também se preserva o direito de respeitar a dor e a preocupação da família, que não quer maior exposição", afirmou o advogado.
Desde que foi preso, em dezembro de 2017, a defesa alega que Maluf está com câncer de próstata, o que o deixaria em uma situação vulnerável dentro do sistema carcerário. O deputado tem tentado conseguir na Justiça o direito de cumprir a pena em casa.
"Como é do conhecimento de todos o quadro de saúde do Dr Paulo é grave, com constante e diário comprometimento, inclusive com permanente risco de óbito. O que cabia à defesa técnica foi feito, agora são os médicos que estarão responsáveis pela saúde", complementou o advogado.
Pessoas próximas a Maluf disseram ao UOL que, na noite de ontem, ao saber que o ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), não iria analisar antes da Páscoa o pedido da defesa para que o deputado vá para regime domiciliar, Maluf teve uma crise de pânico e chorou.
O pedido de liberdade ao Supremo foi feito em fevereiro. Nele, a defesa questiona: “Há uma justificativa para manter na prisão um cidadão com 86 anos de idade acometido de doenças e que, segundo a acusação, teria praticado um crime há 18 anos e, após isso, não respondeu a nenhum tipo de processo?”
"Está na mão do ministro Toffoli, de liberdade ou domiciliar, ainda não decidido, desde sexta-feira. É um momento dramático, porque ele está ficando cego, está com muita dificuldade de andar. Muito dificilmente ele resistirá a toda essa pressão", afirmou Kakay nesta quarta-feira.
No começo de março, o ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Jorge Mussi indeferiu pedido liminar de prisão domiciliar apresentado pela defesa do deputado ao entender que, por ora, os autos indicam que o parlamentar tem recebido assistência médica adequada na prisão.
No último dia 2 de março, a repórter Mônica Bergamo, da "Folha de S.Paulo", visitou Maluf dentro da prisão e relatou que ele anda com dificuldades e que está com aparência de mais velho. "Eu tive câncer de próstata. Eu sou cardíaco. Tomo 15 remédios por dia", disse o deputado.
Segundo o relato da repórter, Maluf rejeita as quentinhas oferecidas pelo presídio e só come a comida da cantina: pizza, esfirra, cachorro-quente e pamonha. “E tomo Coca-Cola e Fanta o dia inteiro”, afirmou.
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