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PT reafirma candidatura de Lula e diz que prioridade agora é a "liberdade" do ex-presidente

Gleisi e Lula juntos em janeiro de 2018 - Aloisio Mauricio/Estadão Conteúdo
Gleisi e Lula juntos em janeiro de 2018 Imagem: Aloisio Mauricio/Estadão Conteúdo

Bernardo Barbosa

Do UOL, em Curitiba

09/04/2018 20h55

Na primeira reunião do comando do PT após a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o partido decidiu reafirmar nesta segunda-feira (9) em Curitiba o nome de Lula como seu candidato à Presidência nas eleições deste ano.

O petista lidera as principais pesquisas de intenção de voto, mas corre o risco de ficar inelegível pelos critérios da Lei da Ficha Limpa --e, desde sábado (7), ter a possibilidade de sequer estar em liberdade para fazer campanha. Mesmo assim, os cerca de 30 membros da Comissão Executiva Nacional do PT aprovaram a resolução segundo a qual a candidatura de Lula será registrada em agosto.

Em pleno ano eleitoral, a prioridade do partido, neste momento, não está na disputa nas urnas. A resolução prevê que "a principal tarefa do PT é lutar pela liberdade de Lula, em ações coordenadas com outros partidos políticos, movimentos sociais, frentes, organizações e personalidades de todo o Brasil e de outros países".

Gleisi como articuladora

As lideranças petistas também escolheram a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do partido, como a porta-voz política de Lula "até que ele recupere sua liberdade".

Nesta função, Gleisi também foi incumbida de conduzir as "articulações com outros partidos". Em fevereiro, Lula tinha dado ao ex-ministro Fernando Haddad, coordenador do programa de governo para a campanha deste ano, seu aval para conduzir conversas com outras legendas. Haddad já foi citado na imprensa como "plano B" do PT para o caso de Lula não ser candidato e não faz parte da Executiva Nacional petista.

Também ficou decidido que o "comando político" do PT ficará instalado em Curitiba, como forma de tornar a cidade o centro da atuação política em defesa de Lula enquanto ele estiver preso.

A resolução não faz menção à possibilidade de que o STF julgue, na quarta (11), dois processos que podem levar à revisão do entendimento que permite a prisão após uma condenação em segunda instância --o que beneficiaria Lula. Mais cedo, Gleisi disse esperar que a vigília de apoiadores do ex-presidente em Curitiba vá apenas até quarta-feira.