Não vejo nenhum militar pensando nisso, diz Etchegoyen sobre intervenção
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general da reserva do Exército, Sergio Etchegoyen, afirmou nesta terça-feira (29) que não há a mínima possibilidade de uma intervenção militar no Brasil e não vê as Forças Armadas cogitando a hipótese.
“Eu vivo no século 21. O século 21 está divertidíssimo. Meu farol, que uso para me conduzir, é muito mais potente do que meu retrovisor. Não vejo nenhum militar, não vejo Forças Armadas pensando nisso. Não conheço absolutamente”, declarou em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.
A declaração foi dada em meio ao nono dia da paralisação provocada pela greve de caminhoneiros pelo Brasil.
Segundo o ministro, que é militar, uma suposta intervenção é “assunto do século passado” e não há mais sentido em se buscá-la pelo histórico político e pela maturidade do povo brasileiro. Na avaliação dele, se há pessoas que pensam nessa alternativa, é importante saber onde os militares “erraram” para ainda manter essa hipótese em parte da população.
“Não busquem encontrar o problema onde ele está eliminado”, falou.
Etchegoyen ponderou que as Forças Armadas estão “sempre presentes” e, “se tem problema, estão resolvendo”. Como exemplos, citou a atuação dos militares em segurança pública, transporte de órgãos, desastres naturais, assistência social na Amazônia.
Esses fatos, acredita, dão credibilidade às Forças junto à população. No entanto, as atividades dos militares não podem ultrapassar suas obrigações constitucionais, ressaltou.
Os ministros Carlos Marun (Secretaria de Governo) e Eliseu Padilha (Casa Civil) também participam da entrevista nesta quarta.
Ontem, Padilha disse que há "infiltração" política na greve dos caminhoneiros e isso está atrasando o fim da paralisação mesmo após acordo com o governo.
Ele disse que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) vai identificar esses infiltrados e separá-los dos caminhoneiros "reais".
Parte do movimento dos caminhoneiros defende intervenção militar, inclusive com o uso de faixas com esses dizeres exibidas nos caminhões. No entanto, a pauta não é consensual entre os manifestantes.
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