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Bretas libera Adriana Ancelmo de prisão domiciliar; ela usará tornozeleira para trabalhar

Adriana Ancelmo chega a seu apartamento após deixar cadeia, em dezembro - Alessandro Buzas/Estadão Conteúdo
Adriana Ancelmo chega a seu apartamento após deixar cadeia, em dezembro Imagem: Alessandro Buzas/Estadão Conteúdo

Do UOL, no Rio

28/08/2018 09h56Atualizada em 28/08/2018 23h51

O juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelas ações penais da Operação Lava Jato no Rio, determinou que a ex-primeira dama do estado Adriana Ancelmo tenha a sua prisão domiciliar substituída pelo uso de tornozeleira eletrônica. Com isso, a mulher do ex-governador Sérgio Cabral (MDB) poderá sair de casa para trabalhar durante a semana entre 6h e 20h.

Adriana Ancelmo deve ficar restrita à sua residência no restante do tempo e aos finais de semana --também com tornozeleira, que deverá ser usada 24 horas por dia. A informação foi divulgada pelo jornal "O Globo" e confirmada junto à 7ª Vara Federal Criminal do Rio.

Com a decisão de Bretas, outras restrições à Adriana Ancelmo caem como, por exemplo, o impedimento a sinal de internet e acesso a telefones celulares, que faziam parte das medidas cautelares exigidas para que ela cumprisse prisão domiciliar.

A sentença de Bretas é de segunda-feira (27) e foi tomada a partir de um pedido do MPF (Ministério Público Federal). Em seu despacho, o juiz justifica a decisão alegando que não houve notícias de que Adriana Ancelmo tenha descumprido nenhuma das medidas impostas durante a prisão domiciliar, “demonstrando cooperação com o regular andamento processual”.

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Adriana Ancelmo foi presa preventivamente em dezembro de 2016, quando se tornou ré da Operação Calicute --desmembramento da Lava Jato no Rio. As investigações apontavam para a participação dela em esquema criminoso chefiado pelo marido --ao todo, as penas aplicadas a Cabral na Lava Jato chegam a mais de 120 anos de prisão em seis processos na Lava Jato.

O escritório Ancelmo Advogados, de sua propriedade, teria sido usado para lavar dinheiro de propina destinado a Cabral. Em setembro de 2017, ela foi condenada por Bretas a 18 anos e quatro meses de prisão.

Em junho de 2017, Adriana Ancelmo foi absolvida pelo juiz Sergio Moro em outra frente da Lava Jato, em Curitiba. Na ocasião, Moro considerou que "não havia provas de que Adriana Ancelmo teria tido autoria ou participação no esquema de recebimento de R$ 2,7 milhões em propina por Sérgio Cabral, nas obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro".

Beneficiada por uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ela cumpre prisão domiciliar desde fevereiro. A decisão levou em conta o estatuto da Primeira Infância, que garante pena domiciliar a mulheres grávidas ou mães de crianças de até 12 anos.

Em julho, Adriana Ancelmo foi condenada novamente por Bretas. Desta vez, a quatro anos e seis meses de prisão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação Eficiência. Ela nega todas as acusações.