Temer está "muito indignado e abalado" com indiciamento da PF, diz Marun
O presidente Michel Temer (MDB) está muito indignado e abalado” com o pedido de indiciamento dele por parte da Polícia Federal no inquérito do chamado "decreto dos portos", afirmou nesta quarta-feira (17) o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB), responsável pela articulação política do Planalto.
“O presidente ficou muito indignado e abalado. Esta é a realidade”, declarou.
Nesta terça (16), a Polícia Federal concluiu o inquérito e pediu indiciamento e bloqueio de bens do presidente Michel Temer, de uma filha dele, Maristela, e de mais nove pessoas.
Para Marun, o resultado do inquérito, que chamou de “festival de ilações”, era “previsível”. Ele defendeu que o inquérito não deveria ter existido, porque não houve crime, ao seu ver. Na avaliação do ministro, há uma perseguição a Michel Temer que se estende à família do presidente a fim de fragilizar o investigado.
“Mesmo que algum fato, que alguma das circunstâncias colocadas fosse fato, e não é, mesmo assim, a filha do presidente não teria atitude criminosa. Esse tipo de prática é nefasto e, infelizmente, está se tornando uma constante aqui no Brasil. Precisa ter um basta”, disse, ao acrescentar que a cúpula de Temer não acredita na apresentação de uma terceira denúncia por parte da PGR.
No relatório, a PF ainda pediu a prisão preventiva do coronel João Baptista Lima Filho, amigo do presidente, e de outras três pessoas. Um dos focos da investigação é um decreto sobre o setor portuário editado no governo Temer. As suspeitas são de que Temer poderia ter agido para beneficiar empresas do setor em troca de propina.
As suspeitas foram levantadas a partir da delação de executivos e ex-executivos do grupo J&F, que controla a JBS. O inquérito no STF foi aberto em setembro do ano passado. O presidente tem negado a prática de qualquer irregularidade.
Relator do caso no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Luís Roberto Barroso encaminhou o documento à PGR (Procuradoria-Geral da República) e vai esperar manifestação sobre se a procuradora-geral, Raquel Dodge, apresentará ou não denúncia sobre o caso.
Marun afirmou que Luís Roberto Barroso agiu de forma “no mínimo, equivocada” ao permitir a quebra do sigilo bancário de Temer entre 2013 e 2017, abarcando período em que o emedebista não estava na Presidência.
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