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Mourão diz que será uma mistura de vices de FHC e Figueiredo

Vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão participa de evento em BH - JÚNIA GARRIDO/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão participa de evento em BH Imagem: JÚNIA GARRIDO/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

05/12/2018 12h49Atualizada em 05/12/2018 15h43

O vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão (PRTB), afirmou nesta quarta-feira (5) que será no futuro governo Jair Bolsonaro (PSL) uma mistura de Aureliano Chaves, ex-vice-presidente da República no governo João Baptista Figueiredo (1979-1985), e de Marco Maciel, vice-presidente de Fernando Henrique Cardoso entre 1995 e 2002. Ele palestrou em Belo Horizonte durante o evento com empresários mineiros.

"A nossa Constituição não define tarefas para o vice-presidente da República, a não ser eventualmente substituir o presidente em momentos de afastamento. O que o presidente Bolsonaro me disse é que não iria prescindir de um assessoramento direto meu”, disse Mourão.

“Serei uma mistura de Marco Maciel e Aureliano Chaves. O Marco Maciel era uma pessoa extremamente discreta, um político hábil. É um bom exemplo de vice-presidente", disse o eleito. “O Aureliano era um pouquinho mais audaz. Mas é também um bom exemplo para ser seguido."

Mourão ainda afirmou que, quando Figueiredo --último presidente da ditadura militar (1964-85)-- foi afastado da Presidência após um infarto, em setembro 1981, Aureliano sustentou suas posições e abriu diálogo com o Congresso Nacional. "Aureliano era político. Eu acabo aprendendo", disse o general.

Mourão afirmou, porém, que não está definida ainda qual será sua função no governo. “Estamos tentando construir aquilo que seria um centro de governo. De modo que tenhamos uma boa governança, efetiva", disse.

Segundo ele, “o diálogo do governo com o Congresso ainda será definido, mas poderá ter a participação do ministro do Gabinete de Segurança Institucional.

“O presidente vai definir. Em princípio, está com o ministro Onyx [Lorenzoni, da Casa Civil], mas poderá ter parcela do ministro Etchegoyen", disse Mourão. "Se o presidente mandar que determinadas ligações sejam feitas por mim, eu farei. Mas por enquanto não há nenhum acerto nesse sentido", afirmou.