General diz ver caso Battisti não como assunto político, mas de "criminoso"
O futuro ministro da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto Santos Cruz, afirmou nesta sexta-feira (14) não enxergar um caso político no julgamento e na ordem de prisão do ex-ativista italiano Cesare Battisti, mas o "caso de um criminoso".
"É o cumprimento de uma decisão policial. Isso aí [a extradição] é uma decisão pessoal. A minha opinião particular é de que a Justiça tendo decidido... Não vejo caso político aí. Vejo o caso de um criminoso que foi julgado e foi considerado criminoso, foi responsável pelos crimes e tem que responder na Justiça. Só isso. Não vejo decisão política. Vejo decisão policial, uma decisão de Justiça, de recolher aquele que foi condenado", declarou Santos Cruz.
Mais cedo, pelo Twitter, o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou que o governo da Itália pode contar com sua colaboração para a extradição de Cesare Battisti.
O ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a prisão de Battisti na quarta (12), mas a decisão foi revelada na noite desta quinta (13). Em comunicado à imprensa, a Procuradoria-Geral da República disse que pediu a prisão ao STF "para evitar risco de fuga". No momento, a Polícia Federal faz buscas por Battisti, mas ainda não informou se o considera um foragido da Justiça.
Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos cometidos na década de 1970, quando era membro do grupo PAC (Proletários Armados pelo Comunismo). Durante a campanha, Bolsonaro havia prometido extraditar Battisti, revertendo a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - que, em seu último dia de mandato, 31 de dezembro de 2010, negou a decisão de extraditar o italiano.
O advogado responsável pela defesa de Battisti, Igor Sant'Anna Tamasaukas, afirmou que não conseguiu contato com o cliente para informar seu paradeiro e seus próximos passos. A última vez que teriam conversado foi no começo do mês, disse. A intenção é apresentar um recurso à decisão ainda nesta sexta, informou. Ele preferiu não comentar as declarações do general Santos Cruz.
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