Flávio Bolsonaro diz que imprensa cria "história no imaginário das pessoas"
O senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) criticou a imprensa nesta terça-feira (18) e afirmou que os jornalistas estão "criando uma história aí no imaginário das pessoas" ao se defender no episódio envolvendo o seu ex-assessor, o policial militar Fabrício Queiroz, investigado pelo Ministério Público do Estado por movimentação considerada atípica de R$ 1,2 milhão em um período de 13 meses, segundo apontou relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
"Tudo funciona bem no meu gabinete. Vocês estão criando uma história aí no imaginário das pessoas que não é verdade. Sempre trabalhamos super direitinho, super bem", declarou ele após ser diplomado para o mandato de senador pelo Rio de Janeiro.
Nesta terça-feira, ele e outros 113 políticos eleitos em território fluminense participaram da cerimônia de diplomação realizada no TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Estado do Rio).
Seis escolhidos pelas urnas em outubro estão presos devido a investigações por corrupção e outros crimes. Nesse caso, a diplomação ocorrerá por meio de procurações ao sistema prisional, isto é, dentro da cadeia mediante assinatura. São eles: André Corrêa (DEM), Chiquinho da Mangueira (PSC), Luiz Martins (PDT), Marcos Abrahão (Avante), Marcus Vinicius Neskau (PTB) e Wanderson Gimenes Alexandre (Solidariedade).
Visivelmente irritado com a cobrança por um posicionamento, Flávio voltou a dizer que "quem tem que falar é o ex-assessor", não ele. Fabrício Queiroz, que ainda não se manifestou publicamente sobre o caso, deve prestar depoimento nesta quarta-feira (19) no Ministério Público do Rio.
"Vou fazer muito pelo Rio de Janeiro, gerar muitos empregos aqui e trabalhar pela segurança pública de todo mundo. Esse é meu papel. É isso que eu tenho que falar com o público."
O filho mais velho de Jair Bolsonaro disse ainda acreditar que Queiroz está se "preservando", mas que, se dependesse de sua vontade, o policial já teria se posicionado publicamente sobre as movimentações atípicas identificadas em sua conta bancária.
"O que eu posso fazer? Queria que ele tivesse falado já, mas o que eu posso fazer?", esquivou-se. "Não cabe a mim dar explicação. Não posso falar pelos atos de terceiros. Repito: se errou, vai pagar. E ponto final. Não passo a mão na cabeça de ninguém."
"Aqui não é quartel", diz Flávio sobre filha de ex-assessor
Flávio também declarou que "nada impede uma pessoa de ter outra atividade", em referência a Nathalia de Melo Queiroz, filha de Fabrício Queiroz e que também foi lotada em seu gabinete.
Na semana passada, reportagem do UOL revelou que Nathalia acumulava o cargo na Alerj (Assembleia Legislativa do RJ), emprego CLT e faculdade entre os anos de 2011 e 2012.
"Aqui não é quartel. Nada impede uma pessoa de ter outra atividade. Sem problema nenhum. O quartel é que bate ponto, entra tal hora e sai tal hora."
Nathalia também é citada no relatório do Coaf, que analisou o período de janeiro de 2016 a janeiro de 2017. Na época, ela era funcionária de Flávio e transferiu para o pai R$ 84.110,04.
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