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Filhos de Bolsonaro roubam a cena na posse presidencial

Carlos Bolsonaro acompanha o pai, Jair Messias Bolsonaro, no Rolls Royce presidencial durante o cortejo de posse em Brasília - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Carlos Bolsonaro acompanha o pai, Jair Messias Bolsonaro, no Rolls Royce presidencial durante o cortejo de posse em Brasília Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Eduardo Militão e Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

02/01/2019 04h00

Os filhos de Jair Bolsonaro (PSL) "roubaram a cena" na posse do pai como presidente da República nesta terça-feira (1º). O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) ficou quase todo o tempo próximo ao pai, assim como os seis seguranças que acompanharam o carro do presidente no desfile pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Carlos ficou sentado atrás do pai e da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, no Rolls Royce presidencial. O irmão Eduardo Bolsonaro diz que o vereador pegou carona no veículo por ser o "pitbull da família".

Indagado se ficou com ciúmes por não ter se juntado ao desfile no carro, Eduardo disse: "Eu? Do quê? É o meu irmão!".

Na chegada ao Congresso, Carlos se manteve sério, mas se juntou aos irmãos nas bancadas do plenário da Câmara. O senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) não parava de filmar a cerimônia, assim como Eduardo Bolsonaro, que fazia análises políticas e, aqui e ali, filmava com dois celulares.

O estudante Jair Renan Bolsonaro manteve a discrição e evitou comentar qual seria o programa depois da posse. 

Flavio - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
O senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) posa para selfie no Palácio do Planalto
Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Flávio Bolsonaro e ele achavam que, depois de tudo, o jeito era voltar para a Granja do Torto, onde a família estava hospedada. Mas haveria uma opção melhor. "Quem sabe a gente vai à pizzaria ou toma um chope?", respondeu, rindo, à reportagem do UOL. 

Toma-lá-dá-cá é "caminho tortuoso", diz Eduardo

Eduardo se mostrava cauteloso. Ele se lembrou da necessidade de o governo ter outro tipo de relação com o Congresso. Ele disse que o chamado "toma-lá-dá-cá" é um "caminho tortuoso".

A expressão se refere ao apoio político dado por parlamentares em troca de emendas no orçamento, verbas e cargos para aliados políticos. 

Em conversa com jornalistas, Eduardo destacou a "responsabilidade" de o governo resolver os problemas do país. 

O deputado lembrou que o governo não deve entrar na disputa pelo comando da Câmara, cujo presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tenta a reeleição a contragosto da bancada do PSL. Para Eduardo, é preciso pensar nas votações importantes que virão e não perder o diálogo com os parlamentares. 

Ele disse que ainda não há decisão sobre quem vai ser o líder do governo ou do PSL. Tampouco respondeu sobre quando deve ser votada a reforma da Previdência: "Tem que falar com o [ministro da Economia] Paulo Guedes".