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Bolsonaro chega de lancha à posse de novo comandante da Marinha

Guilherme Mazieiro, Gustavo Maia e Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

09/01/2019 11h34Atualizada em 09/01/2019 15h23

O almirante de esquadra Ilques Barbosa Junior, 64, assumiu nesta quarta-feira (9) o posto mais alto da Marinha 46 anos depois de ingressar na Escola Naval. O novo comandante assumiu o lugar do ex-comandante Eduardo Bacellar.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o vice-presidente Hamilton Mourão participaram do evento, mas não fizeram discursos nem falaram com os jornalistas. Bolsonaro chegou à transmissão de cargo a bordo da lancha "Amazônia", que segundo a assessoria de comunicação da Marinha, pertence à Presidência. A embarcação levou cerca de 15 minutos no trajeto entre o Palácio da Alvorada, onde Bolsonaro mora desde a semana passada com a família, e o Clube Naval.

Ilques afirmou ainda que a Marinha, assim como as outras Forças Armadas, não vão apresentar qualquer demanda ao governo, porque é "disciplinada". "Isso é orientação do ministro da Defesa. Nós vamos apresentar cumprimento de ordem. A ordem recebida será cumprida. As demandas serão tratadas pelos nossos chefes", afirmou.

A prioridade da sua gestão, segundo o almirante, será a capacitação de pessoal. "Hoje em dia, se nós não estivermos, os militares, cada vez mais capacitados, tanto do ponto de vista das exatas, vamos dizer assim, quanto do ponto de vista do humanismo, da interconexão com a sociedade... é importante, é diferencial".

Base dos EUA

Sobre a possibilidade da instalação de uma base militar dos Estados Unidos no Brasil, aventada por Bolsonaro em entrevista ao SBT na semana passada, ele disse que o presidente "já falou que não está na pauta".

O novo comandante da Marinha disse, no entanto, que o tema é do âmbito político, e que cabe a ele apenas o preparo e o emprego da força.

Ao ser questionado se a parceria com os Estados Unidos seria positiva, ele lembrou que a Marinha já trabalha "intensamente" com os americanos nos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico.

"Não é um tema que se impõe. Na verdade, nesse assunto, o Congresso Nacional, o presidente da República conduzem no nível político. Nós vamos conduzir no nível Forças Armadas, e isso está sendo feito", declarou

No evento desta quarta-feira (9), segunda transmissão de cargo militar que o presidente participou, havia a nova logo do governo federal, "Pátria Amada Brasil", anunciada na sexta-feira (4).

Na última sexta (4), o presidente compareceu à cerimônia de posse do tenente-brigadeiro do ar Antonio Carlos Moretti Bermúdez, que tornou-se comandante da Aeronáutica.

Na próxima sexta (11), Bolsonaro também irá ao evento de transmissão de cargo no Exército, quando o general Edson Leal Pujol substituirá o atual comandante, Eduardo Villas Bôas.

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Perfil de Ilques Júnior

Nascido em Ribeirão Preto (SP), o novo comandante realizou cursos no país como o de Comando e Estado Maior, o Superior de Guerra Naval, o de Política e Estratégia Marítimas, na Escola de Guerra Naval, e o da Escola Superior de Guerra. Também participou de treinamento na Armada do Chile, segundo as Forças Armadas.

O último cargo ocupado por Ilques o de chefe do Estado-Maior da Armada, órgão de direção-geral da Marinha com propósito de assessorar o comandante da Marinha no comando da Força.

A decisão quanto aos novos quadros de comando das Forças Armadas havia sido anunciada pelo ministro da Defesa de Bolsonaro, general Fernando Azevedo e Silva, em novembro do ano passado. As escolhas seguem a tradição de nomear os oficiais mais antigos da ativa em suas forças.