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Chapa de Haddad volta a pedir que o WhatsApp seja ouvido pelo TSE

Eduardo Anizelli - 3.out.2018/Folhapress
Imagem: Eduardo Anizelli - 3.out.2018/Folhapress

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

11/01/2019 14h32Atualizada em 11/01/2019 18h50

A coligação do candidato derrotado do PT a presidente, Fernando Haddad, apresentou uma petição ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pedindo para que o representante no Brasil do aplicativo de mensagens WhatsApp seja ouvido como testemunha. A manifestação foi apresentada ao corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Jorge Mussi, na quinta-feira (10).

Em 18 de outubro do ano passado, a dez dias da realização do segundo turno da disputa presidencial, a chapa petista entrou com uma ação no TSE contra a coligação do então candidato Jair Bolsonaro (PSL), atual presidente da República. Reportagem do jornal "Folha de S.Paulo" apontou um esquema em que empresários teriam comprado pacotes de disparos de mensagens contra o candidato petista. A situação foi caracterizada como "caixa dois" eleitoral pelos defensores do PT. 

Inicialmente, a chapa do PT havia pedido que fosse ouvido Brian Patrick Hennessy, sócio do WhatsApp, mas o ministro negou o pedido. Ele alegou que, pelo fato de ser estrangeiro, residente nos Estados Unidos, Hennessy não seria atingido pelo julgamento. Em dezembro, Mussi extinguiu o processo em relação a Hennessy.

A ação proposta pela coligação do PT poderia, em última análise, acarretar a declaração de inelegibilidade de Bolsonaro.

A chapa de Haddad diz que ouvir o representante do WhatsApp no Brasil "é de suma importância --tendo em vista a centralidade do aplicativo de mensagens WhatsApp nos acontecidos relatados-- ao deslinde [compreensão] da controvérsia e elucidação dos fatos denunciados a esta Corte Superior".

O caso do WhatsApp foi um dos principais focos da reta final da campanha presidencial. Haddad chegou a dizer que a campanha de Bolsonaro havia criado "uma organização criminosa de empresários que, mediante caixa 2, está espalhando via WhatsApp mensagens mentirosas". O atual presidente sempre negou envolvimento com as mensagens.

Acionada pela campanha do PT, a OEA (Organização dos Estados Americanos) chegou a dizer que a disseminação de notícias falsas pelo WhatsApp era um fenômeno sem precedentes no mundo.

O ministro Mussi não tem prazo para apresentar uma manifestação a respeito da petição da coligação de Haddad. Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do WhatsApp informou que a empresa não comentará o caso.