Futuro líder na Câmara, major homenageou 'generais de Bolsonaro' há 4 anos
Indicado para liderar o governo na Câmara antes mesmo de estrear como deputado, o major Vitor Hugo (PSL-GO) elogiou, quatro anos atrás, dois generais que hoje são ministros de Jair Bolsonaro.
Os chefes do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno Ribeiro Pereira, e da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, foram homenageados na fala de despedida de Vitor Hugo que, em 2015, deixava o exército. A transcrição do discurso está disponível no perfil do parlamentar eleito em uma rede social de negócios.
"General de Exército Augusto Heleno Ribeiro Pereira; General de Divisão de Comandos Carlos Alberto dos Santos Cruz; Coronel Rubens Correa Leão e Coronel Carlos Eduardo Gomes de Queiroz: os primeiros comandantes que tive na EsPCEx (Escola Preparatória de Cadetes do Exército), respectivamente, da Escola, do Corpo de Alunos, da 3ª Companhia de Alunos e do 10º Pelotão de Alunos. Minha formação não poderia ter sido melhor iniciada", disse Vitor Hugo em 16 de janeiro de 2015.
Ele passou 21 anos no Exército e deixou a corporação para assumir o cargo de consultor legislativo da Câmara. Ele havia sido aprovado em concurso público para a vaga.
"A eles, o muito obrigado por transformarem o garoto de 16 anos, que adentrava a Preparatória em 31 de janeiro de [19]94, num adulto, precocemente, daquele momento em diante responsável por seus atos em relação à sociedade brasileira", declarou o militar.
Quatro anos mais tarde, Vitor Hugo será diplomado deputado pela primeira vez e já assumirá uma posição de liderança no congresso.
Méritos próprios
Procurados pelo UOL, os generais elogiaram o futuro líder do governo e negaram que tenham indicado o nome a Bolsonaro.
"Foi escolhido por seus próprios méritos", disse Heleno, que exaltou o fato de o ex-aluno ter sido o primeiro colocado de sua turma na EsPCEx e na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), escola que formou Bolsonaro.
"É Paraquedista, Mestre de Salto e Operador das Forças Especiais. Foi o único aprovado no concurso para operador legislativo. É advogado e tem mestrado em ciências militares", complementou o ministro-chefe do GSI.
O general Santos Cruz também destacou que Vitor Hugo seja concursado da Câmara.
"Conhece profundamente os mecanismos internos da Casa", comentou.
"É claro que tem a concordância, mas não é decisiva. A liderança é uma indicação do próprio governo", disse Santos Cruz. Para ele, o agradecimento a oficiais mais antigos foi "bacana".
Disponível hoje nas redes sociais com o título "Por que saí do Exército...", a publicação de Vitor Hugo começa frisando que a decisão não foi fácil.
"Esta despedida não me é algo banal. Para mim, é muito importante dizer um até breve", disse o major.
"Minha relação com o EB [Expército Brasileiro] pode ser resumida em 3 palavras: pessoas, tempos e desafios", acrescentou.
Na explicação sobre por que assumiria o novo cargo na Câmara, ele disse ainda que encararia o trabalho como consultor como uma "missão".
"Não usarei mais, na cabeça, o já meio desbotado e duramente conquistado gorro preto, mas manterei sua luva – com o sabre ensanguentado – e sua caveira – com a faca nela cravada – na gaveta da mesa em meu gabinete, para que não me esqueça nunca de quem eu sou, de onde eu vim e de quem são meus irmãos", afirmou, no discurso.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.