MRE anuncia almoço com embaixadores de Itália e Bolívia, mas eles não vão
Os embaixadores da Bolívia e da Itália não participaram do almoço com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) no Ministério da Defesa nesta segunda-feira (14). O encontro havia sido divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), em atualização da agenda do chanceler Ernesto Araújo.
À tarde, a agenda de Araújo foi novamente atualizada e excluiu os embaixadores da lista de participantes.
Participaram do almoço, além de Bolsonaro, Araújo e o Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, o ministro da Justiça, Sergio Moro.
Bolsonaro, Araújo e Moro deixaram o prédio do Ministério da Defesa por volta das 14h, sem falar com os jornalistas que aguardavam no local.
A agenda do chanceler incluiu ainda uma audiência com embaixador da Bolívia e com Bolsonaro às 17h, no Palácio do Planalto. Segundo a Secretaria de Comunicação da Presidência, esse encontro ocorreu e deve ser incluído na próxima atualização da agenda do presidente.
Bolívia e Itália estiveram envolvidos na prisão e extradição do terrorista italiano Cesare Battisti, que chegou hoje pela manhã (pelo horário de Brasília) em Roma, após ter sido preso, no sábado, em Santa Cruz de La Sierra, cidade boliviana.
Agendas públicas desatualizadas
A atualização e a publicação das agendas do presidente e dos ministros são práticas consagradas desde os governos anteriores. Baseia-se em um dos princípios da Administração Pública expressos na Constituição: a Publicidade - ou seja, a premissa de que os atos dos agentes públicos devem ser divulgados.
Até a noite desta segunda, o almoço não constava na agenda de Bolsonaro no site do Palácio do Planalto, nem da lista de compromissos do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.
Outro presente no encontro, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, registrou em sua agenda apenas "almoço no Ministério da Defesa".
No início da noite, a reportagem do UOL tentou, sem sucesso, contato com as embaixadas da Bolívia e da Itália, para que confirmassem a agenda.
Ao jornal "O Globo", a representação italiana informou que o embaixador Antonio Bernardini sequer está no Brasil. Já a boliviana disse à publicação que o embaixador José Kinn Franco não sabia do almoço.
O Itamaraty disse, em nota, que "para informação sobre os eventos realizados no ministério da Defesa, aquele órgão deverá ser consultado". O órgão também afirmou que "a agenda do ministro Ernesto Araújo refletiu as evoluções da agenda organizada ao longo do dia".
Ao UOL, a assessoria do Ministério da Defesa explicou que o titular da pasta se reuniu com os novos comandantes das Forças Armadas para tratar das novas diretrizes e convidou o presidente Bolsonaro, em última instância, comandante das forças, para o almoço.
De acordo com a pasta, Bolsonaro pediu que os outros dois ministros também fossem convidados. Já a inclusão dos nomes dos embaixadores pela MRE não era do conhecimento do ministério, afirma a assessoria.
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