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Após 1 voto a mais, Senado decide fazer nova eleição para presidência

2.fev.2019 - Urna de votos da eleição para presidente do Senado - Marcos Oliveira/Agência Senado
2.fev.2019 - Urna de votos da eleição para presidente do Senado Imagem: Marcos Oliveira/Agência Senado

Marina Motomura e Nathan Lopes

Do UOL, em Brasília e em São Paulo

02/02/2019 16h57Atualizada em 02/02/2019 17h19

Quando, mais de 24 horas depois, a eleição do Senado parecia chegar ao seu resultado, um voto a mais causou um novo impasse na disputa pela presidência da Casa. O Senado é composto é por 81 senadores, mas, antes de iniciar a apuração dos votos, a Mesa Diretora contabilizou que foram entregues 82 cédulas. 

Após muito debate, o presidente interino da Mesa, senador José Maranhão (MDB-PB), decidiu por uma nova eleição. Os votos já colocados na urna foram triturados.

"Eu acho que a atitude mais prudente é fazermos uma nova eleição", disse José Maranhão (MDB-PB).

Desde ontem, o Senado tenta decidir quem será seu novo comandante.

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Voto a mais causa confusão na eleição para presidente do Senado
Imagem: reprodução/Tv Senado

Em um dos envelopes que os senadores entregaram existiam duas cédulas em vez de apenas uma. A partir de então, os parlamentares começaram a discutir o que fazer com a situação. Candidato na disputa, o senador Esperidião Amin (PP-SC) pediu que os dois votos adicionais fossem anulados. 

"Eu acho que a atitude mais prudente é fazermos uma nova eleição", disse o senador José Maranhão (MDB-PB), que comanda a sessão

"Manda para o Toffoli decidir", brincou senador Major Olímpio (PSL-SP), citando o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, que decidiu que a votação no Senado deveria ser secreta.

Voto em cédula

Após a determinação de Toffoli, os senadores decidiram, no início da sessão deste sábado, que a votação seria feita em cédula. A escolha foi feita após uma discussão sobre como a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), tetraplégica, poderia votar.

A parlamentar, então, comentou que possui uma pessoa de confiança para anotar o voto para ela, o que resguarda o sigilo de seu voto. "Não acho justo, de forma alguma, mudar uma decisão por minha causa", disse. "Não posso ser alguém que vai mudar decisão do plenário, ou o formato, por conta da minha condição. E, hoje, eu me viro aqui. E futuramente, se precisarmos melhorar a acessibilidade, vou colaborar para que isso aconteça".

A decisão de Toffoli pelo voto secreto foi tomada após, na sexta-feira (1º), em uma sessão marcada por confusões, os senadores terem decidido que a votação para a escolha do novo comando da Casa fosse aberta. O caos de ontem fez com que uma nova sessão fosse marcada para este sábado a fim de o pleito ser, finalmente, realizado.

Novata na Casa, a senadora Selma Arruda (PSL-MT) declarou em plenário que o voto não fosse nas urnas eletrônicas, insistindo que o voto fosse em cédula. "Votar ali secretamente na urna e declarar outra coisa, isso não é transparência. Nós queremos transparência de verdade. Pegue seu voto e mostre. Isso só se faz com cédula", comentou.

O senador Eduardo Braga (MDB-AM) foi um dos principais defensores do voto secreto, por via eletrônica, mas disse que não se importava se os colegas desejassem declarar sua escolha para a presidência da Câmara posteriormente. "Não é possível que 81 homens e mulheres que compõem o Senado da República precisem mostrar o voto a alguém sob a suspeita de que ele não está votando naquilo que o outro quer que ele vote", comentou. 

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