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Deputado do PSL comemora condenação de Lula; bancada do PT vê perseguição

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília*

06/02/2019 17h29Atualizada em 06/02/2019 20h42

A notícia sobre a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso envolvendo um sítio em Atibaia (SP) dividiu parlamentares de situação e de oposição. Enquanto deputados do PSL comemoraram a segunda condenação de Lula, parlamentares do PT reforçaram o discurso de que o ex-presidente é vítima de uma perseguição. 

Lula foi condenado nesta quarta-feira (6) pela juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal do Paraná, a 12 anos e 11 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no episódio envolvendo reformas em um sítio no município de Atibaia. A juíza entendeu que a reforma, bancada pela Odebrecht, OAS e Schahin foi fruto do pagamento de propina por contratos das empreiteiras com a Petrobras. Lula nega seu envolvimento no caso. 

Para o deputado Julian Lemos (PSL-PB), um dos principais articuladores da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PSL) no Nordeste, a condenação de Lula foi um ato de "justiça". "Eu sou a favor da Justiça e, hoje, o que se fez, foi justiça. Ele não foi condenado como preso político. Ele foi condenado como qualquer outra pessoa poderia ser", afirmou. 

Instado a comentar a decisão, o recém-eleito presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) se limitou a dizer que "condenação judicial se cumpre e se recorre".

No Twitter, o deputado federal Girão Monteiro (PSL-RN), postou uma mensagem comemorando a condenação de Lula. "Acabamos de receber o Ministro Sergio Moro na Câmara dos Deputados. Foram apresentadas as propostas de alteração na Legislação para fortalecer o combate à violência e a corrupção. E na saída dessa brilhante apresentação, a notícia de mais uma condenação do Lula. Que dia bom, Srs.!", dizia o post. 

Para deputados do PT, no entanto, o sentimento era de revolta. Para Reginaldo Lopes (PT-MG), a condenação já era esperada, mas ainda assim, injusta. "A gente já imaginava que ela fosse condenar o Lula. Isso porque sabemos que ele não está sendo submetido a processos justos. Quando o Lula for submetido a uma Justiça que não seja parcial, essas condenações serão revertidas", disse o parlamentar. 

Paulo Teixeira continuou na mesma linha. Na avaliação dele, a juíza Gabriela Hardt, que substituiu o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, no comando da 13ª Vara Federal, apenas seguiu a linha de seu antecessor. "Ela apenas continuou a perseguição comandada pelo Moro. A perseguição ao Lula continua igual. Estamos muito tristes, mas sabemos que foi uma condenação injusta", afirmou o parlamentar. 

Poucos minutos antes de ser divulgada a condenação, Moro estava reunido com parlamentares na Câmara dos Deputados para falar sobre o pacote anticrime que ele apresentou na última segunda-feira (4) quando a notícia sobre a nova condenação de Lula foi divulgada. Em uma pequena entrevista coletiva após a reunião, Moro chegou a ser questionado sobre a decisão de sua ex-colega de magistratura, mas não respondeu às perguntas. (*Colaborou Gustavo Maia, de Brasília)

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