Após demissão, Bolsonaro agradece Bebianno e cita "questões mal entendidas"
Resumo da notícia
- Presidente do PSL na eleição de 2018, Bebianno teria autorizado verba do fundo partidário para candidata laranja em PE
- Ele negou ter responsabilidade sobre os repasses do PSL, e disse ter conversado com o presidente "três vezes" durante internação
- Carlos, um dos filhos do presidente, diz que a conversa do ministro com o pai é "mentira absoluta"
- Bebianno mantém sua versão, e áudios de conversas dele com Bolsonaro chegam à imprensa
- Após o vazamento, Bolsonaro decide demitir Bebianno, mas a exoneração só saiu hoje
Após exonerar Gustavo Bebianno (PSL) do cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) agradeceu, por meio de vídeo pré-gravado, o trabalho realizado pelo ex-titular e citou "questões mal entendidas".
"Comunico que, desde a semana passada, diferentes pontos de vista sobre questões relevantes trouxeram a necessidade de uma reavaliação. Avalio que pode ter havido incompreensões e questões mal entendidas de parte a parte, não sendo adequado prejulgamentos de qualquer natureza", declarou.
Em seguida, Bolsonaro agradece o trabalho de Bebianno à frente da campanha eleitoral do ano passado e da Secretaria-Geral da Presidência. O presidente disse continuar acreditando na "seriedade e na qualidade do seu trabalho".
"Tenho que reconhecer a dedicação e comprometimento do senhor Gustavo Bebianno à frente da coordenação da campanha eleitoral em 2018. Seu trabalho foi importante para o nosso êxito. Agradeço ao senhor Gustavo pelo esforço e empenho quando exerceu a direção nacional do PSL e continuo acreditando na sua seriedade e na qualidade do seu trabalho. Reconheço também a dedicação e esforço durante o período em que esteve no governo", falou.
"Como presidente da República informo que na data de hoje tomei a decisão de exonerar o senhor ministro-chefe da Secretaria-Geral. Desejo ao senhor Gustavo Bebianno os meus sinceros votos de sucesso em sua nova jornada", finalizou.
A decisão de demitir Bebianno foi tomada após reportagens da Folha de S. Paulo indicarem que ele, então presidente do PSL durante a campanha eleitoral, teria autorizado o repasse de verbas do fundo partidário para uma candidata "laranja" em Pernambuco com o suposto apoio de Luciano Bivar, atual presidente da sigla.
Maria de Lourdes Paixão, de 68 anos, concorreu ao cargo de deputada federal e recebeu R$ 400 mil, sendo a terceira maior beneficiada com verba do partido de Bolsonaro em todo o país, mas obteve só 274 votos.
Crise teve interferência de filho do presidente
A crise no governo piorou após Bebianno dizer que mantinha contato com o presidente Jair Bolsonaro enquanto este estava internado em São Paulo.
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