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Senado aprova convite a Bebianno para falar sobre candidaturas "laranjas"

4.dez.2018 - O ex-ministro Gustavo Bebianno - Fátima Meira/Futura Press/Folhapress
4.dez.2018 - O ex-ministro Gustavo Bebianno Imagem: Fátima Meira/Futura Press/Folhapress

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

19/02/2019 13h14

O Senado aprovou hoje um convite para que o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República compareça à Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle para prestar esclarecimentos a respeito do esquema de candidaturas laranjas de mulheres revelado pelo jornal Folha de S.Paulo.

O escândalo acabou provocando a demissão dele, confirmada ontem pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).

O requerimento na Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle foi apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da minoria no Senado, e aprovado por seis votos a cinco. Como se trata de um convite, Bebianno não é obrigado a ir até a Casa para se explicar.

Randolfe argumentou que "as razões da exoneração de Bebianno não estão claras", pois ontem, logo após a confirmação da demissão, Bolsonaro divulgou um vídeo no qual ele agradece o empenho de Bebianno em sua campanha eleitoral, no ano passado, e faz elogios ao ex-ministro.

"O presidente agradece o Bebianno, mas não esclarece porque um ministro de estado foi exonerado em tempo recorde do efetivo exercício de sua função no governo", afirmou o senador amapaense.

Ontem, reportagem do UOL mostrou que a exoneração de Bebianno foi a terceira queda mais rápida de um ministro desde a redemocratização no país, em 1989. O agora ex-chefe da pasta foi exonerado 48 dias depois de tomar posse. À frente dele no quesito menor duração no cargo estão Romero Jucá e Joaquim Roriz, este último morto em setembro do ano passado.

O sucessor de Bebianno na Secretaria-Geral da Presidência é o general Floriano Peixoto, que ocupava a função de secretário-executivo da pasta.

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Gritaria

A reunião da Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle teve momentos de tensão e gritaria a partir de divergências sobre o financiamento público de campanha, que custou R$ 1,7 bilhão do orçamento.

Aos gritos, Major Olímpio (PSL-SP) e Eliziane Gama (PPS-MA) protagonizaram a discussão mais acalorada. A troca de farpas ocorreu logo depois que Eliziane defendeu o fundo eleitoral, sobretudo os recursos que são obrigatoriamente destinados a candidaturas de mulheres --uma das inovações do último pleito.

Olímpio, por sua vez, respondeu que o financiamento público de campanha era "imoral independente de gênero". "Não vai ganhar no grito", retrucou Eliziane. Visivelmente constrangido, o presidente da comissão, Rodrigo Cunha (PSDB-AL), tentava em vão interromper a briga e acalmar os ânimos.

Posteriormente, foi a vez de Márcio Bittar (MDB-AC) criticar o fundo eleitoral e criticar o discurso de Eliziane. A parlamentar maranhense não gostou da referência e pediu a palavra para, mais uma vez, defender as candidaturas femininas e a participação da mulher na política.

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