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Após áudios vazados, Eduardo Bolsonaro vê pai "forte" e Carlos com "moral"

Deputado federal eleito Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) antes da diplomação - 18.dez.2018 - Janaina Garcia/UOL
Deputado federal eleito Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) antes da diplomação Imagem: 18.dez.2018 - Janaina Garcia/UOL

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Brasília

22/02/2019 12h06

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) fez hoje elogios ao pai e ao irmão, após o vazamento de áudios do presidente Jair Bolsonaro (PSL) com o ex-ministro Gustavo Bebianno.

O parlamentar disse que as mensagens de voz que retratam as conversas do pai com o ex-ministro da Secretaria-Geral da Pesidência "só comprovaram que Jair Bolsonaro é o mesmo em público e na sua vida particular". Já sobre o irmão, Eduardo falou que "a moral de Carlos Bolsonaro está absurdamente alta". As declarações de Eduardo foram feitas pelo seu Twitter pessoal.

A interferência dos filhos do presidente no governo têm incomodado a ala militar e os parlamentares do PSL. Eduardo ainda não havia se envolvido diretamente na queda de braço entre Carlos Bolsonaro e Bebianno. Os áudios revelados pela revista "Veja" desmentem o presidente e Carlos, que acusavam Bebianno de ter mentido.

As manifestações de Carlos chamando Bebianno de mentiroso - postagem que foi retuitada pelo presidente - foi um dos últimos capítulos da crise que levou à queda do ex-ministro na segunda-feira (18).

Militares e parlamentares do PSL reclamam da interferência dos filhos na gestão e a falta de resguardo que podem ter. O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) e os ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Santos Cruz (Secretaria de Governo) e Fernando Azevedo (Defesa) pediram um freio às intervenções dos filhos do comando do mandato.

Um deputado do PSL disse ao UOL, sob anonimato, que se o presidente defender os filhos todas as vezes, vai mostrar falta de comando. O parlamentar relatou que a sensação na bancada é de que todos podem ser descartados caso se envolvam em discussões com os filhos do presidente.

A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) considerou que a crise já tinha acabado com a demissão de Bebianno, mas cobrou um posicionamento do governo. "Acho que tem que haver um muro entre o Palácio do Planalto e a casa do presidente da República. São coisas distintas, e eu sei que o presidente tem sensibilidade para entender isso", disse anteontem.

Crise no mundo real

A frase usada por Eduardo, de que "no mundo real a (sic) moral de Carlos Bolsonaro está absurdamente alta", também foi utilizada pelo ministro Sergio Moro em outro contexto.

Na terça-feira (19), o ministro da Justiça e da Segurança Pública entregou à Câmara um pacote de projetos de segurança. Durante entrevista aos jornalistas, Moro minimizou a queda de Bebianno e disse que "no mundo real não há crise". 

Bebianno fala sobre ser chamado de mentiroso e Bolsonaro defende Carlos

UOL Notícias

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.