'Devaneios', diz Lava Jato sobre Gilmar dizer que foi alvo de retaliação
O Ministério Público Federal chamou de "devaneios" as declarações do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, que disse que a investigação de que foi alvo por parte da Receita Federal tem relação com sua atuação na Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro.
Na última quinta-feira (21), a revista Época publicou reportagem em que Mendes associa a investigação da Receita que sofreu ao fato de o auditor responsável pelo caso, Luciano Castro, ter trabalhado na Operação Calicute.
Membros da equipe de investigação estariam descontentes com Gilmar Mendes e, para o ministro, tentariam retaliá-lo com investigação na Receita Federal.
Em nota divulgada hoje, o MPF disse que "uma suposta relação entre procedimentos instaurados pela Receita Federal contra si [Gilmar Mendes], e as suas decisões nos habeas corpus derivados da Operação Calicute, são devaneios sem qualquer compromisso com a verdade".
De acordo com o MPF, não há qualquer relação da atuação da Receita, mesmo que indireta, com as decisões de Mendes no âmbito da Lava Jato. O órgão ainda afirmou que Luciano Castro nunca trabalhou ou recebeu demandas da Força-Tarefa da Lava Jato no Rio.
"A propósito, as divergências com o Ministro ou qualquer outra autoridade foram sempre expressadas em manifestações formais e em procedimentos próprios, como nos dois pedidos de suspeição/impedimento que foram feitos, em razão da notória ligação de Mendes com investigados que por ele foram soltos.", diz a nota.
Para o MPF, é "preocupante" que Mendes sinta qualquer tipo de perseguição no caso da investigação da Receita. A nota ainda afirma que Mendes ofendeu e continua ofendendo a honra de magistrados e funcionários públicos "porque acredita estar acima do bem e do mal, comportamento que numa República amadurecida não deve ter espaço."
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