Eduardo Bolsonaro comemora exoneração de Szabó e Lima: "grande dia'
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, comemorou nas redes sociais a exoneração da cientista política e especialista em segurança pública Ilona Szabó do posto de membro suplente do Conselho de Política Criminal e Penitenciária.
Szabó, reconhecida ativista antiarmas, foi exonerada hoje do cargo pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, que a havia oficializado ontem, por pressão nas redes sociais de apoiadores do presidente.
Na postagem em seu perfil no Twitter, Eduardo também cita a saída do desarmamentista Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que pediu exoneração do cargo que ocupava no conselho depois do recuo de Moro sobre Szabó.
"Após exoneração de Ilana Szabó outro que era contra o projeto anti-crime de Moro pede para sair (sic). O desarmamentista Renato Sérgio de Lima, do Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, dispensou-se em solidariedade a Szabó. #grandedia", tuitou Eduardo.
Em nota, o ministério admitiu que a decisão foi tomada por causa das críticas recebidas. "Diante da repercussão negativa em alguns segmentos, optou-se por revogar a nomeação, o que foi previamente comunicado à nomeada e a quem o Ministério respeitosamente apresenta escusas", diz o comunicado.
O presidente Bolsonaro também pressionou Moro pela exoneração de Szabó após a repercussão negativa da nomeação.
Szabó, que em janeiro participou de um debate em que Moro também estava no Fórum Econômico Mundial, em Davos, afirma que o ministro lhe pediu desculpas e disse lamentar ter de exonerá-la, mas "estava sendo pressionado, porque o presidente Bolsonaro não sustentava a escolha na base dele".
Szabó é uma das fundadoras do Instituto Igarapé, com forte atuação em estudos sobre a segurança pública. Em artigo para a Folha de S.Paulo, de quem é colunista, ela também já criticou o pacote anticrime de Moro, ao considerar preocupante, entre outras coisas, as medidas que tendem a ampliar o direito à legítima defesa.
Em ofício enviado a Moro, Renato Lima disse que seu pedido de exoneração é "irrevogável" em solidariedade à cientista política e ativista, que, segundo ele, "foi colocada em uma situação constrangedora no episódio da nomeação e posterior revogação da mesma para uma vaga no CNPCP, fruto da pressão de grupos nas redes sociais".
O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária é ligado diretamente ao Departamento Penitenciário Nacional, integrado por treze membros designados pelo Ministério da Justiça. O mandato dos membros do Conselho tem a duração de dois anos.
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