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Ao soltar Temer, desembargador elogia Bretas e se diz a favor da Lava Jato

23.nov.2018 - O juiz Marcelo Bretas é o responsável pela Lava Jato no Rio. - Ricardo Borges/Folhapress
23.nov.2018 - O juiz Marcelo Bretas é o responsável pela Lava Jato no Rio. Imagem: Ricardo Borges/Folhapress

Marcela Leite

Do UOL, em São Paulo

25/03/2019 16h12

Em decisão que mandou soltar o ex-presidente Michel Temer, o ex-ministro Welington Moreira Franco e outros seis investigados que estavam presos desde a última quinta-feira (21), o desembargador do TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) Antonio Ivan Athié elogiou o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, e se disse a favor da Operação Lava Jato.

Apesar de discordar da sentença de Bretas, que determinou a prisão preventiva dos suspeitos, Athié reconhece "a absoluta lisura do prolator da decisão impugnada, notável juiz, seguro, competente, corretíssimo" e refuta "eventuais alegações que procurem tisnar (manchar) seu irrepreensível proceder".

Bretas é o responsável pela Lava Jato no Rio.

Em dois trechos, o desembargador se diz favorável à Lava Jato e afirma que quer ver "nosso país livre da corrupção que o assola", mas mantendo as garantias constitucionais e as leis. Em outra parte da decisão, reitera que o Ministério Público Federal (MPF) "tem feito um trabalho excepcional, elogiável, no combate à corrupção em nosso país".

Ao pedir as prisões, a força-tarefa da Lava Jato do Rio argumentou que elas eram necessárias porque fatos apontavam para a "existência de uma organização criminosa em plena operação, envolvida em atos concretos de clara gravidade". Ainda segundo os procuradores, a organização criminosa supostamente chefiada pelo ex-presidente atuou em esquemas ilegais que envolvem um total de R$ 1,8 bilhão em propinas pagas ou prometidas.

No entanto, apesar de admitir que há indícios que podem incriminar os envolvidos, Athié sustenta que eles "não servem para justificar prisão preventiva". Segundo ele, também está demonstrado por que os suspeitos atentariam contra a ordem pública ou de que forma estariam ocultando provas, "eis que nem ação penal há".

Com a decisão de hoje, serão soltos:

  • Michel Temer, ex-presidente da República
  • Moreira Franco, ex-ministro e ex-governador do RJ
  • João Baptista Lima Filho (coronel Lima)
  • Maria Rita Fratezi (mulher de Lima)
  • Carlos Alberto Costa (sócio de Lima na Argeplan)
  • Carlos Alberto Costa Filho (diretor da Argeplan)
  • Vanderlei de Natale (dono da Construbase)
  • Carlos Gallo, administrador da empresa CG Impex