Alcolumbre: Bolsonaro receber líderes era "sinal" que Congresso precisava
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse hoje que o Congresso aguardava um sinal de que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se envolveria com a articulação para a aprovação da reforma da Previdência -- o que veio com o início das conversas com lideranças partidárias ontem.
Alcolumbre falou à imprensa em Campos do Jordão (SP) durante o Fórum Empresarial Lide, depois de dividir um painel sobre a reforma com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Diante de uma plateia formada por parte importante do PIB nacional, o trio demonstrou estar afinado na defesa da reforma depois de dias de bate-boca entre Maia e Bolsonaro e das turbulentas audiências de Guedes no Congresso -- em uma delas, o ministro cogitou deixar o cargo se a Previdência não passasse. O quadro de crise levou a Bolsa a cair e o dólar a encostar nos R$ 4.
Passado o terremoto político, Alcolumbre sinalizou hoje que um passo decisivo para a reforma era o envolvimento de Bolsonaro.
"Sempre defendi a aproximação pessoal do presidente da República no diálogo com o Congresso", disse.
O que o presidente da República está fazendo é o que deveria ser feito. Esse sinal era o que o parlamento aguardava do presidente da República
Davi Alcolumbre, presidente do Senado
Segundo Alcolumbre, o pedido de apoio aos partidos feito diretamente pelo presidente é "fundamental" para construir pontes com o Congresso.
"Eu não sei o que aconteceu, ainda bem que aconteceu", afirmou o presidente do Senado. "Aconteceu num momento oportuno."
Velha ou nova política
Nas duas últimas semanas, Maia e Bolsonaro protagonizaram um tiroteio verbal em que o presidente da Câmara criticava a pouca disposição do presidente em articular com o Congresso. Bolsonaro rebateu com o discurso de que não adotaria a "velha política", no sentido de trocar cargos por apoio parlamentar.
Hoje, durante o painel com Maia e Guedes, Alcolumbre disse que não se tratava de Bolsonaro "ouvir a velha ou a nova política, se trata de ouvir a política".
Na palestra e na entrevista coletiva que concederam em seguida, Maia preferiu direcionar todas as perguntas sobre a articulação política pela reforma da Previdência para Alcolumbre, optando por falar de outros pontos do tema, como o embate com corporações do setor público.
No entanto, o presidente da Câmara não se furtou a cobrar do Executivo uma comunicação mais eficiente sobre o que está na proposta do governo para a Previdência.
Para Maia, o governo precisa fazer a sociedade entender "o que é idade mínima, aposentadoria especial, alíquota progressiva" e ficar a favor disso. Só com respaldo popular, segundo ele, o Congresso também apoiará a reforma.
A população tem que entender que os itens dentro da reforma têm que ser aprovados
Rodrigo Maia, presidente da Câmara
Prazo para aprovação da reforma
Maia não quis dar prazos para a aprovação da reforma. Segundo ele, colocar tempo e número de votos "dá errado".
No painel, Guedes foi mais otimista.
"Me recuso a acreditar que a classe política vai ficar carregando esse problema um ano."
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.