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Por Previdência, Bolsonaro se desculpa por "caneladas" em políticos

4.abr.2019 - Bolsonaro recebeu, ao lado de Onyx Lorenzoni, Romero Jucá, presidente do MDB, além de Baleia Rossi e Eduardo Braga - Marcos Corrêa/PR
4.abr.2019 - Bolsonaro recebeu, ao lado de Onyx Lorenzoni, Romero Jucá, presidente do MDB, além de Baleia Rossi e Eduardo Braga Imagem: Marcos Corrêa/PR

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Brasília

04/04/2019 19h05Atualizada em 04/04/2019 19h11

O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se desculpou por eventuais "caneladas" em políticos. Ambos se reuniram no Palácio do Planalto ao longo do dia com dirigentes de seis partidos para tentar articular a aprovação da reforma da Previdência.

"O presidente, com sua humildade, se desculpou de uma canelada aqui, outra acolá", disse Onyx.

Segundo o ministro, todos os líderes partidários concordaram que é "momento de passar por cima de nossas diferenças".

Recentemente, Bolsonaro trocou acusações com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Os dois mandatários discutiram sobre a responsabilidade da articulação para aprovar a reforma da Previdência.

Bolsonaro denominava pejorativamente Maia e parte dos congressistas como membros da "velha política", ou seja, prática em que se votava a favor de projetos do governo em troca de de cargos e espaço.

Com oscilações negativas da Bolsa de Valores e reclamações de líderes partidários, Bolsonaro e Maia declararam "paz".

Após a mudança de posicionamento, o presidente convidou os líderes partidários para dialogar. Na terça e quarta-feira da próxima semana, o presidente receberá lideranças de outros seis partidos: Podemos, PSL, PR, Novo, Avante e Solidariedade.

"Todos compreendem que a urna nos deu a atribuição de construir uma nova forma de relacionamento entre o Executivo e o Legislativo", declarou Onyx.

Ao longo do dia, Bolsonaro e Onyx se encontraram com caciques de seis partidos: PSDB, DEM, PRB, PP, PSD e MDB.

A proposta do governo é criar um conselho político com as legendas. Segundo Onyx, a meta é debater mensalmente com os partidos questões relativas ao governo e aos interesses do país.

"Todos os presidentes de partido reiteraram a disposição de ajudar a construir uma relação que seja muito construtiva entre o Executivo e o Parlamento. Todos querem contribuir para o Brasil. Nós estamos falando de ações que vão desde a nova Previdência, reforma tributária passando pela descentralização de recursos públicos", disse.

Os caciques desses partidos declaram que devem apoiar a reforma da Previdência, mas nenhum declarou que a sigla toda votará pelo projeto. Eles ressaltaram que analisarão e votarão as propostas de cada projeto, individualmente. Não há consenso e motivação para integrar uma base do governo.

Os dirigentes dos seis partidos que foram ouvidos hoje por Bolsonaro representam um contingente de 196 votos na Câmara - onde tramita a PEC da Previdência atualmente. O PSL, partido do presidente, é o único que fechou questão pela aprovação do texto. São necessários 308 votos para aprovar a mudança na Constituição. Caso as siglas fechassem questão pela Previdência, cada uma traria a seguinte quantidade de votos:

  • PP - 38
  • PSD - 36
  • MDB - 34
  • PRB - 31
  • PSDB - 30
  • DEM - 27

Veja quem Bolsonaro recebeu no Planalto

UOL Notícias

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.