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Doria diz que irá à China com Bolsonaro em agosto; Planalto não confirma

23.abr.2019 - João Doria (PSDB), governador de São Paulo, tira uma foto com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) no Planalto - Marcos Corrêa/PR
23.abr.2019 - João Doria (PSDB), governador de São Paulo, tira uma foto com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) no Planalto Imagem: Marcos Corrêa/PR

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

23/04/2019 16h00Atualizada em 23/04/2019 18h17

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou hoje que visitará a China em agosto na companhia do presidente Jair Bolsonaro (PSL) em viagem definida por ele como "missão de negócios". Segundo o tucano, o presidente participará da inauguração de um escritório comercial do governo paulista em Xangai no dia 9 de agosto.

O Palácio do Planalto ainda não confirma a informação, mas Doria disse ter sido autorizado pelo próprio Bolsonaro, com quem se encontrou hoje, a fazer a divulgação. A declaração foi dada hoje depois de uma reunião entre os dois, em Brasília.

"O presidente autorizou que confirmássemos a ida à China. Estaremos juntos na China de 3 a 10 de agosto. O presidente vai participar também da inauguração do escritório comercial de São Paulo em Xangai, na China, no dia 9 de agosto."

No mês passado, Bolsonaro revelou que iria ao país asiático no segundo semestre deste ano, mas não informou as datas.

O governador informou que a "missão de negócios" começaria por Pequim e terminaria em Xangai, mas que a logística da viagem ainda está sendo definida em conjunto com o chanceler Ernesto Araújo.

Atuando como uma espécie de porta-voz da Presidência, Doria também divulgou detalhes da agenda que Bolsonaro cumprirá em Nova York entre os dias 13 e 15 de maio. De acordo com o tucano, Bolsonaro receberá em 14 de maio o prêmio "personalidade do ano" no tradicional jantar de gala da Câmara Brasileira-Americana de Comércio. Um dia depois, afirmou Doria, o mandatário será homenageado em evento promovido por empresários brasileiros no Metropolitan Club. O Planalto também não confirma essas informações.

Doria também disse ter recebido resposta positiva do presidente ao convite para participar da Agrishow, feira do agronegócio que será realizada em 29 de abril, em Ribeirão Preto (SP). "O presidente é um entusiasta do agronegócio e confirmou a sua presença".

Ceagesp

Após o encontro com Bolsonaro, o governador de SP também confirmou a transferência da gestão da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) da União para o governo do estado Com isso, o Executivo paulista poderá efetivar a intenção de mudar a sede da estatal e, até o ano que vem, privatizá-la.

"O governo do estado mais uma vez reivindicou e eu quero dizer que o presidente aceitou transferir a Ceagesp para o governo de São Paulo nos próximos meses. Com isso, ela sai da esfera do Ministério da Agricultura e vem para a Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo", anunciou Doria.

O tucano afirmou que o novo endereço da Ceagesp estará situado em "uma área seis vezes maior do que a região atual", mas preferiu não revelar a localização escolhida para, segundo ele, evitar especulações imobiliárias.

O terreno ocupado atualmente pela Ceagesp daria lugar ao Citi (Centro Internacional de Tecnologia e Inovação), projeto que o governo paulista pretende implementar com recursos privados. Doria definiu o empreendimento como a versão brasileira do Vale do Silício --famoso polo de tecnologia nos Estados Unidos onde nasceram empresas como Apple, Google e Facebook.

Porto de Santos

"O presidente entende também que é um bom caminho a privatização do Porto de Santos [SP]", afirmou Doria depois de reafirmar posição favorável à desestatização do maior porto brasileiro e o mais movimentado da América Latina. Segundo o tucano, "esse é um tema para o segundo semestre", após a tramitação no Congresso da reforma da previdência.

Doria declarou que Bolsonaro demonstrou ter "posição clara a favor da privatização" e que, se efetivada a operação no segundo semestre, o porto receberá novos investimentos para fins de modernização. "É possível que, em menos de 18 meses após a privatização, tenhamos um porto de qualidade internacional equivalente aos melhores portos europeus e asiáticos".

Outro tema da reunião com o presidente, afirmou o governador de SP, foi a liberação da pista do Campo de Marte para instalação de um colégio militar federal e a criação do Museu Aeroespacial Brasileiro (com recursos da iniciativa privada). Com isso, a tendência é que a pista do Campo de Marte seja desativada gradualmente para pousos e decolagens de aeronaves, aviões, monomotores, bimotores e jatinhos. O local continuaria apto para pousos e decolagem de helicópteros (Asa Fixa).