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Bolsonaro confirma ida à China e diz querer melhor relacionamento possível

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

08/03/2019 11h32Atualizada em 08/03/2019 13h17

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) confirmou hoje que fará uma visita à China neste ano e disse querer o "melhor relacionamento possível" com o país. A declaração foi dada após evento de entrega de cartas credenciais por novos embaixadores estrangeiros no Brasil, promovido no Palácio do Planalto.

Pela manhã, o presidente recebeu documentos de novos embaixadores que atestam serem os representantes de seus países no Brasil. Além dos chineses, foram recebidos os diplomatas de Burkina Faso, Barbados, Etiópia, Guiné Equatorial e Turquia.

Durante a conversa com o embaixador da China, Yang Wanming, Bolsonaro falou que "ao contrário do que a imprensa brasileira costuma dizer", ele tem "respeito e admiração" pelo povo chinês.

"Pode ter a certeza de que o nosso governo terá o melhor relacionamento possível", falou a Wanming. Ele também ressaltou que Brasil e China são parceiros importantes e ressaltou cooperações já existentes.

No encontro, o embaixador transmitiu o convite do presidente da China, Xi Jinping, para que Bolsonaro faça uma visita oficial ao país. A expectativa é que a viagem ocorra no segundo semestre deste ano.

Em 17 de março, Bolsonaro fará a primeira visita oficial como presidente da República a um chefe de Estado estrangeiro.

Ele irá a Washington, nos Estados Unidos, onde será recebido por Donald Trump. Em 21 de março, segue para o Chile e, depois, para Israel.

Enquanto isso, Yang Wanming confirmou que Xi Jinping virá ao Brasil para participar de cúpula dos Brics - bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - programada para julho deste ano.

Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro encampou uma retórica anti-China e chegou a dizer que o país asiático "não está comprando no Brasil, mas comprando o Brasil".

Atualmente, a China é o maior parceiro comercial do Brasil, onde já investiu mais de R$ 54 bilhões desde 2003, segundo o Ministério da Economia.

Hoje, questionado sobre a fala e se reviu seu posicionamento, Bolsonaro não respondeu. Indagado sobre o relacionamento entre os países em seu governo, o presidente disse estar aberto a negociações.

"Vai melhorar com toda a certeza. Nós queremos nos aproximar do mundo todo, ampliar nossos negócios, abrir novas fronteiras, e assim será o nosso governo. Essa foi a diretriz dada a todos os ministros", afirmou.

Após o encontro, o embaixador Yang Wanming confirmou que Bolsonaro "demonstrou grande interesse em ampliar e aprofundar a relação com a China" e, pessoalmente, se sentia "muito satisfeito em ter essa conversa".

"O Brasil é um sócio principal, o mais importante de China tanto no sentido político quanto no econômico e comercial. Por isso, a reforma e a mudança da instituição política e econômica do Brasil vão possibilitar mais oportunidades com a China", falou o embaixador.

Questionado se eventuais arestas entre os dois países haviam sido reparadas, disse que, desde que chegou a Brasília há dois meses, teve amplo contato com funcionários da alta cúpula do governo federal e todos demonstraram "alto interesse em se ampliar a cooperação" entre as nações.