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Deputados do PT e PSD batem boca em audiência com Moro: "Vai me bater?"

Leandro Prazeres e Mirthyani Bezerra

Do UOL, em Brasília e em São Paulo

08/05/2019 12h52Atualizada em 08/05/2019 17h36

Deputados federais quase se agrediram na manhã de hoje durante uma audiência pública na Câmara dos Deputados com a presença do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. O deputado Éder Mauro (PSD-PA) partiu para cima do deputado Paulo Teixeira (PT-SP) e teve que ser contido por colegas.

Moro foi convidado pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Após a sua apresentação sobre o pacote anticrime, o deputado Rogério Correia (PT-MG) iniciou seu bloco de perguntas. Ao dizer que Moro é amigo do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), uma confusão foi se formou.

O presidente da comissão, deputado Capitão Augusto (PR-SP), chegou a intervir e repreendeu Correia, dizendo que não seriam toleradas "ofensas pessoais" ao ministro.

"Houve um acordo para dar oportunidade de Vossa Excelência falar. Agora, que se atenha ao tema que combinamos do que seria falado. Se for para partir para esse lado de ofensa, nós vamos interromper e todo mundo há de concordar com isso. Ao invés de aproveitar esse tempo para fazer o que foi combinado, de trazer a pergunta, já começa partindo para ofensas pessoais?", disse Capitão Augusto.

Correia retomou a palavra e reiniciou suas perguntas. Éder Mauro, no entanto, voltou a interromper o parlamentar. A deputada federal Nathália Bonavides (PT-RN) encostou no braço de Éder Mauro que se exaltou. "Não me toque", gritou o parlamentar.

O deputado Rogério Correia mencionou a suposta amizade entre o ministro Sergio Moro e Aécio Neves. "Em Minas Gerais havia uma secretária chamada Renata Vilhena. Ela era secretária do choque de gestão, do Aécio. O Aécio é muito amigo do senhor...", disse Correia.

Teixeira se aproximou da dupla e interveio na situação. Não foi possível ouvir o que o parlamentar falou no momento. Éder Mauro, no entanto, se levantou de sua cadeira e voltou a gritar. "Senão você vai fazer o quê? Vai me bater? Vai me bater?", dizia Éder Mauro.

Deputados próximos se levantaram e tentaram apaziguar os ânimos. A sessão foi parcialmente interrompida até que a situação se acalmasse.

Depois de Rogério Correia terminar de fazer suas perguntas, o ministro Sergio Moro pediu mais "cordialidade" por parte da bancada de oposição. "Deputado, nós responderemos a qualquer pergunta. Eu pediria que fôssemos mais cordiais", afirmou.

A audiência começou por volta das 10h30 e durou aproximadamente quatro horas.

Errata: este conteúdo foi atualizado
O deputado Éder Mauro é do PSD-PA, e não do PSL. A informação foi corrigida no texto.