Líderes já cogitam dono para um dos ministérios que Bolsonaro deve recriar
Para acomodar os partidos de centro, o governo Jair Bolsonaro (PSL) deve recriar dois ministérios -- e para um deles, já circula um nome nos corredores do Congresso: Alexandre Baldy, atual secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, do governo Doria (PSDB).
Se confirmada, será a primeira nomeação de ministro por indicação partidária no governo Bolsonaro, o que vai contra as promessas de campanha do presidente.
"Não é inteligente você ver uma força enorme de uma lado e querer ser inimigo dela, sendo que você pode ser aliado", afirmou a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP) à reportagem.
Ela confirmou que o governo aceitou "a questão dos ministérios", mas disse que não podia revelar o nome do indicado.
Dois líderes do centrão (que reúne siglas influentes como MDB, PRB, PP e Solidariedade) e um da oposição falaram em Baldy para o ministério das Cidades, que deve voltar a existir.
Também está em perto de ser recriada a pasta da Integração Nacional, distanciando-se dos 15 ministérios prometidos antes da posse. Hoje, já há 22.
A atual composição da Esplanada tem nomes vinculados a outros partidos, além do PSL do presidente. Mas tanto as siglas, quanto o governo afirmam que as escolhas foram de Bolsonaro.
Dá cá
Após três meses com diálogo difícil no Congresso, derrotas em votações e críticas das bancadas que ajudaram Bolsonaro a se eleger, a análise de líderes é que governo cedeu, com receio de não aprovar a reforma da Previdência.
Uma liderança do centrão afirmou que os deputados veem na criação dos novos ministérios "uma sinalização do governo para criar uma boa relação entre os dois Poderes".
"[Baldy] é um bom nome. Já foi ministro, sabe lidar com o tema e os parlamentares, além de que é próximo de Rodrigo Maia", disse o líder.
A costura do acordo passou pelo líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB), junto a Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e aos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e Rodrigo Maia (DEM-RJ), da Câmara de Deputados.
A perspectiva é que a votação que pode recriar os ministérios ocorra hoje.
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