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Após trocas de farpas, Joice diz que "clima beligerante não ajuda em nada"

8.mar.2019 - A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) - Pedro Ladeira/Folhapress
8.mar.2019 - A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

20/05/2019 16h15Atualizada em 20/05/2019 16h39

Após dias de troca de farpas públicas por parte de aliados presidente Jair Bolsonaro (PSL), a líder do governo no Congresso Nacional, deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), afirmou hoje que um clima de ataques e críticas entre políticos não é benéfico para a aprovação de pautas de interesse do Planalto no Legislativo.

"Não se consegue aliados atacando pessoas. Nós não vamos conseguir aliados atacando aqueles que podem votar na gente, conosco. Votar nos textos que são importantes para o bem público. Então, tem uma ou outra figura no meio do caminho que tem que entender que esse clima beligerante atrapalha, não ajuda. O clima beligerante hoje não ajuda em nada para o governo", declarou, ao chegar ao Palácio do Planalto.

Após uma semana em que enfrentou as primeiras grandes manifestações contra seu governo, Bolsonaro vive dias cruciais no Congresso Nacional, pois Medidas Provisórias vistas como essenciais ao Planalto, como a que trata da reestruturação ministerial, podem perder a validade em breve se não forem aprovadas na Câmara essa semana.

Enquanto isso, líderes partidários, especialmente do Centrão, formado por PP, PSD, PRB, DEM e Solidariedade, acenaram com a possibilidade de votarem na Câmara uma proposta alternativa para a reforma da Previdência. Já o decreto que muda regras para o porte de armas e munições pode ser suspenso por supostas inconstitucionalidades.

Na terça passada (14), líderes de partidos pequenos bradaram contra o governo na tribuna da Câmara depois que Bolsonaro recuou da suspensão de cortes no MEC (Ministério da Educação), prometida pelo próprio em telefonema ao ministro da pasta durante reunião no Planalto.

E, no final de semana, parlamentares governistas ainda discutiram entre si nas redes sociais. Joice, por exemplo, bateu boca com a também deputada federal do PSL por São Paulo, Carla Zambelli.

Discordâncias de Joice com o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), também são de conhecimento dos deputados, o que acaba por interferir na articulação política na Casa.

Questionada se não é importante Bolsonaro chamar os líderes para conversar no Planalto, Joice concordou, mas afirmou que "não é o presidente que está usando um discurso beligerante neste momento".

Em seguida, a líder sugeriu que se dê uma "peneirada" em pessoas tidas como aliadas de Bolsonaro. Indagada sobre nomes, disse ter "vários", sem citá-los.

"A gente tem de ter mais maturidade política e menos discurso ideológico de palanque. Sei que o presidente quer isso. Eu quero isso. Então, a gente tem de fazer a peneirada aí para ver quem está atrapalhando no meio do caminho e tirar do meio do caminho", afirmou.

O clima se acirrou após Bolsonaro distribuir para contatos no WhatsApp um texto, de autoria de um funcionário público filiado ao Novo, em que o país era descrito como "ingovernável" sem que o presidente faça "conchavos".

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